15 de Janeiro de 2016 A empresa que comercializa o suplemento alimentar Calcitrin questionou ontem a Ordem dos Farmacêuticos sobre a «guerra» que abriu contra este produto e lança suspeitas sobre a sua intenção de prejudicar o desempenho comercial desta marca para beneficiar outras. Na base das suspeitas está o facto de a Ordem dos Farmacêuticos protagonizar uma guerra «injusta e injustificável» especificamente contra o Calcitrin, um suplemento que é líder de mercado, mas não é vendido nas farmácias. Num comunicado, citado pela “Lusa”, a empresa Viva Melhor afirma que a «guerra pública» que o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) desencadeou em dezembro contra o suplemento alimentar «tem tanto de estranha como de suspeita razão de ser». Para a empresa, esta «recente e inexplicável» inimizade «levanta no setor uma séria suspeita de que a verdadeira intenção do bastonário seja apenas interferir no desempenho comercial das marcas, favorecendo a venda daquelas que não nomeia e das quais não se queixa, enquanto prejudica a única que tomou como alvo da sua guerra pessoal». Como tal, questiona publicamente Carlos Maurício Barbosa sobre «o que é que o faz correr contra» o produto e «que benefícios são gerados – e para quem – sempre que as vendas do Calcitrin são afetadas pela sua ação mediática alarmista». Para sustentar tais dúvidas, a Viva Melhor alega que, de entre os vários suplementos alimentares comercializados, há mais de uma dezena de marcas a anunciarem produtos que suplementam cálcio e que no dia em que o bastonário se queixou do anúncio do Calcitrin «havia pelo menos mais três marcas a publicitarem produtos concorrentes na imprensa e na televisão». Além disso, estranha e classifica de contraditório o facto de a OF ter apresentado no final de 2011 Normas e Orientação Terapêutica que recomendam o uso de suplementos de cálcio e vitamina D contra a osteoporose, mas simultaneamente «protagonizar uma guerra pessoal injusta e injustificável contra o Calcitrin – por sinal líder de mercado e não vendido nas farmácias», afirma. Este produto, garante a empresa, está «devidamente licenciado e comprovadamente adequado às finalidades a que se destina, produzido segundo as regras mais rigorosas de qualidade certificada, analisado diversas vezes pelas entidades oficiais e presente no mercado há seis anos sem qualquer reclamação ou notificação de algum problema». Em dezembro a Ordem dos Farmacêuticos interpôs uma providência cautelar requerendo a suspensão da publicidade ao produto «alegando que lesam o direito dos cidadãos à saúde»,em declarações à revista “Viver Saudável”, a bastonária aplaude a iniciativa da OF. Dias depois, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária, autoridade competente em matéria de suplementos alimentares, emitiu um comunicado, no qual esclarece que «nos suplementos alimentares com cálcio, como o Calcitrin, está autorizada (devidamente avaliada) a utilização, entre outras, da alegação “O cálcio é necessário para a manutenção de ossos normais”». Já este mês a OF solicitou a intervenção direta do ministro da Saúde para travar os anúncios publicitários. |