Segundo um estudo nacional realizado pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), cerca de dois terços das pessoas com diabetes tipo 2 em Portugal apresentam fígado gordo.
A análise referente a 2018, integrou 700 pessoas com diabetes que foi avaliada por elastografia, e concluiu que 2/3 dessas pessoas apresentavam fígado gordo. O mesmo estudo em 2014 apontava que mesmo em pessoas sem diabetes nem pré-diabetes, 1/3 dos indivíduos apresentavam fígado gordo.
Além de contribuir para agravar as complicações de saúde associadas à diabetes, o fígado gordo é um fator acelerador da doença em pessoas com pré-diabetes e mesmo em pessoas saudáveis.
Entre as pessoas com hepatite “gorda” assiste-se também ao surgimento da diabetes, afetando uma em cada três pessoas.
Dados dos EUA apontam para que as pessoas com fígado gordo e diabetes tenham um risco entre três a quatro vezes maior de desenvolver cirrose ou carcinoma hepático, face às pessoas com fígado gordo e sem diabetes.
O fígado gordo pode evoluir para fibrose, cirrose ou até cancro hepático. Daí a importância do diagnóstico precoce e do apoio estruturado à luta contra o excesso calórico alimentar e a obesidade. Em vez de se esperar por novos fármacos há que reforçar a capacidade de mudança de hábitos das pessoas com diabetes identificadas com fígado gordo.
A APDP é a associação de pessoas com diabetes mais antiga do mundo. Tem cerca de 15 mil associados, e desenvolve a sua atividade na luta contra a diabetes e no apoio à pessoa com esta doença.