16 de julho de 2018 As doenças crónicas são responsáveis pela morte prematura de mais de 550 mil pessoas em idade ativa na Europa por ano, o que corresponde a cerca de 3,4 milhões de anos potenciais de vida produtivos perdidos. Os dados são da OCDE, que, no seu relatório “Health at a Glance” referente a 2016, reconhece que as doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes e problemas mentais graves, têm também um impacto muito negativo no mercado de trabalho. Dificuldade em conseguir um emprego e situações de reforma antecipada com diminuição de rendimentos são alguns dos impactos referidos. Na Europa, oito em cada dez pessoas com mais de 65 anos vivem com doenças crónicas e mais de 70% dos orçamentos da saúde são gastos no tratamento destas doenças, de acordo com dados do projeto europeu JA-CHRODIS, que em Portugal conta com a participação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Em Portugal, estima-se que em cada dez cidadãos, quatro tenham mais de duas doenças crónicas. O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, promovido pelo INSA e divulgado em 2017, identificou uma elevada prevalência de hipertensão arterial, obesidade e diabetes, bem como altos níveis de sedentarismo, de consumo de bebidas alcoólicas e exposição ao fumo do tabaco. As doenças crónicas têm também um peso significativo com prestações sociais, de acordo com os dados da OCDE: 1,7% do PIB europeu é gasto anualmente em prestações por deficiência e em baixas médicas, que é mais do que a despesa com subsídios de desemprego. Para a OCDE, são precisos maiores esforços para prevenir as doenças crónicas na população em idade ativa e é imperiosa uma melhor integração entre as políticas da saúde e do mercado de trabalho para reduzir os impactos negativos das doenças sobre o mercado de trabalho e contribuir para uma vida com mais qualidade. O absentismo por doença custa à União Europeia cerca de 2,5% do PIB por ano. |