24 de Maio de 2016 Mais de metade das 105.219 mortes ocorridas em Portugal, em 2014, deveram-se a doenças do aparelho circulatório (30,7%) e a tumores malignos (24,9%), segundo dados do INE divulgados ontem, que apontam para um aumento do número de suicídios. Segundo a publicação do Instituto Nacional de Estatística “Causas de morte 2014”, registaram-se menos 106.885 mortes (1.6%) do que em 2013, a grande maioria (95,4%), por doença, anunciou a “Lusa”. As causas externas de lesão e envenenamento estiveram na origem de 4,6% das mortes, destacando-se os acidentes e sequelas (2,2%), e o suicídio (1,2%), que aumentaram 16,1% face a 2013, totalizando 1.223 óbitos. Os dados indicam que as mortes devido a doenças circulatórias, que continuam a ser a primeira causa de morte no país, aumentaram 2,4% face a 2013, assim como os óbitos por tumores malignos (1,2%). As doenças do aparelho circulatório mataram mais mulheres (54,9%) do que homens e atingiram os homens cerca de seis anos mais cedo, que morreram com uma idade média de 77,7 anos. Estas doenças registaram um aumento na mortalidade prematura (idades inferiores a 70 anos) face a 2013, de 12,3% para 13,9%, tendo-se perdido 564,8 anos potenciais de vida, por cada 100 mil habitantes, adianta o INE. No conjunto destas patologias, as doenças cerebrovasculares (AVC) provocaram 11,2% do total de mortes (11.808 óbitos), próximo do ano anterior (11,5%), a doença isquémica do coração, 7.456 óbitos (7,1%), e o enfarte agudo do miocárdio, 4.619 (4,4%). Os tumores malignos, responsáveis por 26.220 óbitos, vitimaram mais homens (59,7%) do que mulheres (40,3%), tendo a idade média ao óbito se situado nos 72,7 anos, para os homens, e nos 73,7 anos, para as mulheres. A mortalidade prematura situou-se em 37,5%, mais elevada para os homens (39,8%) do que para as mulheres (34,3%), adianta o INE, sublinhando que o número de anos potenciais de vida perdidos no país, em 2014, foi de 112.817 anos (113.408, em 2013). Os dados do INE observam um aumento de 4,3%, nas mortes devido a cancro da próstata. De entre os tumores malignos, evidenciaram-se as mortes causadas por cancro da traqueia, dos brônquios e pulmão, representando 3,7% dos óbitos em Portugal (3.937 óbitos), menos 1,8% do que em 2013 (4 010 óbitos). No caso das mulheres, o cancro da mama vitimou 1.664 pessoas, mais 1,1% face ao ano anterior. Nos homens, o cancro da próstata fez 1.791 vítimas, mais 4,3% face a 2013. Os dados apontam para uma redução de 3,7% nas mortes causadas por doenças do aparelho respiratório, que vitimaram 12.164 pessoas, em 2014. Estas doenças atingiram mais homens (51,9%) do que mulheres (48,1%), sendo a idade média ao óbito mais elevada para as mulheres (84,4 anos), do que para os homens (80,9 anos). A pneumonia, com 5.629 óbitos (5,4%), e a doença pulmonar obstrutiva crónica, com 2.567 óbitos (2,4%), foram as principais causas de morte neste conjunto de doenças. Em 2014, também se observou uma descida de 6% das mortes causadas por diabetes mellitus, que totalizaram 4.275. As perturbações mentais e do comportamento foram responsáveis por 2.639 óbitos, 93,7% dos quais devido a demência. A idade média ao óbito situou-se nos 84,2 anos. |