Distúrbio de consumo de cafeína já pode ser tratado 884

04 de Dezembro de 2015

O distúrbio de consumo de cafeína, que se manifesta na dificuldade em reduzir o consumo de cafeína, mesmo quando esta prejudica diretamente a saúde, já pode ser tratado.

A investigadora Laura Juliano, da American University, tem dedicado os últimos anos a investigar o caffeine use disorder, ou distúrbio de consumo de cafeína, e publicou um estudo na revista científica “Journal of Consulting and Clinical Psychology”, juntamente com investigadores da universidade Johns Hopkins, em que revela um método de tratamento para a potencial doença mental, noticiou o “DN”.

Os sintomas do distúrbio não se prendem apenas com um consumo em excesso de cafeína, mas também com uma dificuldade em reduzir a sua ingestão mesmo quando se manifestam problemas de saúde, como a ansiedade, dores de estômago, problemas cardíacos ou dificuldades em dormir.

Outro sintoma que pode indiciar o distúrbio de consumo de cafeína é a dependência física da substância, evidenciada pela “ressaca” que se pode sentir ao reduzir ou parar o consumo de cafeína.

No entanto, o distúrbio ainda não é oficialmente considerado uma doença mental. De acordo com o manual de diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, é preciso aprofundar o estudo do distúrbio antes que este possa ser incluído na lista de doenças mentais.

A nova investigação da American University e da Universidade Johns Hopkins revela um tratamento baseado em terapia cognitiva e comportamental para ajudar as pessoas que sofrem deste distúrbio a reduzir ou parar o seu consumo de cafeína. O tratamento envolve uma hora de terapia com um profissional treinado para tal, e um livro com instruções para levar para casa, e mostrou bons resultados.

O estudo envolveu 67 pessoas que foram diagnosticadas com o distúrbio pelos investigadores, e que disseram já ter tentado reduzir o seu consumo de cafeína sem sucesso. Essas pessoas receberam a terapia e, em média, reduziram em 77% o seu consumo de cafeína, redução que foi confirmada através de amostras da saliva dos participantes.

O regime para reduzir o consumo estende-se ao longo de cinco semanas, para diminuir o impacto da dependência física, e a substituição por bebidas sem cafeína. A terapia inclui ainda dicas para alterar hábitos de alimentação e de exercício físico.