A nova diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, afirmou na passada sexta-feira (10) que a preparação para potenciais emergências de saúde pública e a modernização da Direção-Geral de Saúde (DGS) são duas das suas principais prioridades.
Em declarações à agência Lusa, Rita Sá Machado, que tomou posse como diretora-geral da Saúde a 01 de novembro, afirmou que este é um “período de reflexão interna”.
Apesar disso, a médica, de 36 anos, assumiu ter “áreas muito concretas” nas quais pretende investir no seio da Direção-Geral da Saúde (DGS), entre as quais, a “preparação e resposta a potenciais emergências em saúde pública”.
Nesta vertente, reconheceu, “tem de haver um fortalecimento dos sistemas de vigilância”.
“Isso significa que temos de ter um país, em todas as suas componentes, preparado para lidar com eventos que sabemos que vão sendo mais frequentes”, afirmou a diretora-geral, à margem do 124.º aniversário do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, no Porto.
A par disso, Rita Sá Machado assumiu ser também uma prioridade sua “a modernização” da DGS.
“Tem existido, como é obvio, um trabalho ímpar da DGS, mas precisamos de a fortalecer como uma centralidade para a saúde pública portuguesa, com todas as organizações e entidades do Ministério da Saúde e outros setores, porque a saúde é saúde em todas as políticas”, observou, dizendo que cabe à DGS ser “inclusiva e integradora”.
À Lusa, a diretora-geral da Saúde disse ainda ser necessário “um fortalecimento da instituição”, nomeadamente dos recursos humanos que já trabalham na DGS.
Rita Sá Machado reconheceu também a necessidade de reforçar áreas como a “promoção da saúde e prevenção da doença, a saúde maternoinfantil, a saúde reprodutiva, as doenças transmissíveis e não transmissíveis”.
“Temos vários programas prioritários que delineiam, por um lado, aquilo que são as prioridades políticas, mas também denotam aqueles que são os principais problemas de saúde em Portugal, pela sua magnitude, transcendência e vulnerabilidade social”, referiu.
A nova diretora-geral da Saúde, que até então era conselheira da Organização Mundial de Saúde, foi escolhida pelo ministro da Saúde, depois de a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) não ter conseguido três candidatos com mérito para apresentar ao Governo.
De acordo com a nota bibliográfica divulgada pelo Governo, Rita Sá Machado formou-se em Medicina na Nova Medical School e é mestre em Saúde Pública pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, tendo formação em Medicina em Viagem e Populações Móveis, pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Detém ainda uma pós-graduação em Gestão na Saúde pela Católica Porto Business School e uma pós-graduação em Educação Médica pela Harvard Medical School.
Rita Sá Machado iniciou funções como médica no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, tendo também exercido funções na área da saúde pública na Direção-Geral da Saúde, na Administração Regional de Saúde do Norte e na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (Agrupamento de Centros de Saúde Almada Seixal).
A nova diretora-geral é, por inerência, a Autoridade de Saúde Nacional desde 1993, na sequência da regulamentação que clarificou as competências dos cargos.
A DGS foi fundada em outubro de 1899, com o nome de Direção-Geral de Saúde e Beneficência Pública, devido à necessidade de combater um surto de peste bubónica que assolou a cidade do Porto.
Desde então, a DGS foi liderada por 20 diretores-gerais, dos quais apenas duas mulheres, a primeira Maria Luísa Van Zeller, entre 1963 e 1971, e, desde 2017, a médica Graça Freitas, que no final de 2022 comunicou ao Ministério da Saúde que não pretendia ver renovado o seu mandato.