As dietas ricas em calorias, mas pobres em nutrientes, que são atualmente seguidas por todo o mundo, estão a dar origem a uma epidemia mundial de obesidade. Este foi o tema abordado pelos especialistas que participaram no simpósio “Melhorar hábitos alimentares & recomendações de saúde e bem-estar para o século XXI”, patrocinado pela Herbalife Nutrition, no decorrer do 26.º Congresso Europeu de Obesidade em Glasgow.
O simpósio reuniu alguns dos principais especialistas em nutrição, e em obesidade e envelhecimento saudável para debater as mais recentes advertências dos setores científico e de saúde pública, informou a Herbalife em comunicado. Julian Cacchioli, vice-presidente dos assuntos corporativos da Herbalife Nutrition na EMEA & Índia, abriu o evento e reforçou a necessidade de haver maior foco na educação e na importância do papel que as comunidades desempenham enquanto impulsionadores de mudança de comportamentos, conduzindo assim, à melhoria da saúde pública.
Adam Drewnowski, professor de epidemiologia na Universidade de Washington e diretor do Centro de Nutrição e Saúde Pública na Universidade da Escola de Saúde Pública, demonstrou como a tendência mundial da opção por uma alimentação rica em calorias, mas pobre em nutrientes é, em grande parte, fator responsável pelo aumento da epidemia de obesidade a nível mundial. Esta tendência torna-se ainda mais evidente nos países de baixo e médio rendimento que estão em fase de transição, deixando de seguir as dietas tradicionais, para seguirem o padrão alimentar em voga, que passa pelo consumo de uma maior quantidade de alimentos de origem animal, mas também de uma maior quantidade de açúcares e gorduras adicionadas.
Para reverter os efeitos da epidemia mundial da obesidade, o professor Drewnowski defendeu a expansão da inclusão do perfil nutricional nos rótulos dos alimentos, como uma ferramenta educativa, e o estabelecimento de um Índice Global de Acesso à Nutrição (ATNI) baseado no perfil nutricional.
O Professor Carel Le Roux, Presidente de Patologia Experimental no Colégio Universitário de Dublin, afirmou que a obesidade não pode ser «curada», mas tem de ser controlada durante toda a vida, como acontece com outras doenças crónicas.
Os tratamentos modernos de obesidade realizados com sucesso, focam-se nas regiões cerebrais onde o ponto de ajuste da gordura corporal é ajustado. As hormonas intestinais transmitem informação desde o trato intestinal até aos centros que regulam o apetite dentro do sistema nervoso central (SNC) através do “Eixo Intestinal”. As variações nos níveis de hormonas intestinais são consideradas um dos fatores que contribuem para a obesidade. Continuar o trabalho que identifica os mecanismos subjacentes de apetite e controlo de peso foi apontado como caminho para melhores terapias no futuro.
As alterações na nossa alimentação, que agora incluem mais gorduras saturadas, proteína de origem animal, açúcares e ingredientes processados, deram origem também a uma alteração da microflora intestinal, explicou o professor Glenn Gibson da Universidade de Reading, que reforçou que o uso de prebióticos provou ser uma forma segura de prevenir ou tratar a obesidade.