Dieta dos portugueses tem de mudar a bem das alterações climáticas 1670

Através de um comunicado, a associação ambientalista Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável vem defender que os portugueses têm de mudar a sua dieta alimentar, passando a consumir menos carne e peixe, visto que os hábitos de consumo e a produção de alimentos têm forte impacto nas alterações climáticas.

Esta posição vem na sequência da divulgação do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC).

Este vem provar que a interrupção da crise climática não será possível sem uma mudança radical da nossa produção e consumo de alimentos e sem uma muito melhor proteção das florestas. Para estimular uma rápida transformação do uso sustentável do solo, a União Europeia precisa urgentemente de aumentar sua meta climática para 2030.

“Portugal é dos países onde o uso do solo é mais decisivo para atingirmos os objetivos do Acordo de Paris. Temos a grande missão de evitar a destruição sistemática das nossas florestas pelos incêndios, evitando as extensas monoculturas. A desertificação avançará cada vez mais se não soubermos cuidar adequadamente do solo. Precisamos de investimentos agrícolas que sejam apostas diferentes do passado, com menos necessidades de água e de fertilizantes e com maior resiliência à mudança climática”, disse Francisco Ferreira, Presidente da Zero, sobre este assunto.

“Quanto aos hábitos dos portugueses, precisamos mesmo de mudar a nossa dieta alimentar que inclui demasiada carne e peixe, a bem da saúde, dos ecossistemas e do clima”, acrescenta.

“Para acabar com o desequilíbrio climático, precisamos de uma mudança rápida e de longo alcance (…) A União Europeia (UE) precisa de aumentar rapidamente a taxa de redução de emissões na agricultura e investir na conservação da natureza”, indica Wendel Trio, Diretor da Rede Europeia de Ação Climática (CAN-Europe), referenciado no comunicado da Zero.

O relatório indica ainda que “para enfrentarmos a emergência climática, precisamos de adotar práticas agrícolas que trabalhem com a natureza e se afastem da agricultura industrial de grande escala, temos de eliminar o desperdício de alimentos e reduzir o consumo de carne e ainda parar a desflorestação e restaurar os ecossistemas danificados”.

Como tal, “a UE deve aumentar urgentemente a ambição da sua meta climática para 2030 para nos proteger a nós e a milhões de outros pequenos agricultores europeus”, reforça o comunicado.