Saiba mais sobre a dieta cetogénica e perceba as suas vantagens no tratamento dos pacientes com excesso de peso e obesidade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade mundial quase triplicou desde 1975. Sendo que, em 2016, existiam mais de 1.900 milhões de adultos com idade superior a 18 anos, com excesso de peso ou obesidade no mundo.
Muitas estratégias têm sido propostas para combater o avançar da obesidade no mundo, desde dietas pobres em gorduras e níveis relativamente altos de hidratos de carbono, passando por terapêuticas baseadas em fármacos até à cirurgia bariátrica. Desta feita, é importante o surgimento de outras abordagens nutricionais eficazes e seguras para o combate efetivo da obesidade.
Ao mesmo tempo que têm surgido dietas como a baixa em hidratos de carbono (Low Carb), Paleolítica ou de Atkins, outro “estilo” de alimentação tem ganhado notoriedade e vários adeptos recentemente: a dieta cetogénica.
Mas, será esta uma estratégia nutricional válida? Que malefícios e benefícios trará consigo? E, principalmente, afinal o que é uma dieta cetogénica?
A sua definição assenta numa dieta com baixo conteúdo de hidratos de carbono (50g/dia ou 10% do valor energético total [VET]), alto teor de gordura (>60 % do VET) e aporte normalizado em proteína, com ou sem limite de energia. Posto isto, torna-se necessário introduzir outro conceito de dieta cetogénica: as dietas cetogénicas de muito baixo valor calórico (VLCKD), nas quais se consomem entre 450 a 800Kcal/dia, com uma redução na ingestão de hidratos de carbono e gorduras e aporte proteico adequado. Ambas induzem uma condição metabólica designada de “cetose fisiológica” distinguindo-se assim da cetoacidose, (concentração demasiado elevada de açúcar no sangue que faz com que surjam no corpo os chamados corpos cetónicos) mas diferem grandemente do teor de gordura da dieta.
Mitos como a dieta cetogénica é perigosa; a perda rápida de peso está associada a piores resultados na manutenção de peso a longo prazo; existe irritabilidade, mau-humor e dor de cabeça frequente no estado de cetose; o nosso cérebro não funciona bem sem hidratos de carbono ou que estamos sujeitos a carências nutricionais após realizar uma dieta cetogénica, já foram esclarecidos pela ciência, no âmbito da VLCKD.
A possibilidade da alta ingestão de gordura saturada e de um número infindável de calorias por dia torna a dieta cetogénica duvidosa em relação à segurança e eficácia quando comparada com a VLCKD.
Deste modo, uma intervenção nutricional baseada numa VLCKD e com supervisão de um profissional de nutrição garante uma perda de peso eficaz, segura e de qualidade, reduz a gordura corporal e preserva ao máximo a massa magra. Assim, será um modelo nutricional a ter em conta no combate ao excesso de peso e obesidade.