02 de novembro de 2018 A dieta cetogénica é uma aliada no combate à epilepsia e às doenças neurológicas associadas ao metabolismo deficiente da glicose no cérebro, concluiu um estudo do National Center for Biotechnology Information, nos Estados Unidos. «É basicamente uma dieta para tratar a epilepsia e utiliza-se quando os medicamentos tradicionais não ajudam a controlar as crises convulsivas», explicou Eric Kossof, uma das maiores referências a nível desta dieta, e neurologista no Centro de Neurologia e Pediatria do Hospital Johns Hopkings, nos Estados Unidos da América. Apesar de serem maioritariamente as crianças a utilizar esta via de tratamento, «estamos a começar a usá-la cada vez mais em adultos», referiu o especialista, afirmando que «a maioria das pessoas que fazem esta dieta comprometem-se a cumpri-la por três meses e, caso funcione, é recomendado que a adoptem por dois ou três anos». De acordo com os resultados deste estudo realizado nos Estados Unidos, as crianças que adotaram esta dieta reduziram consideravelmente a medicação – a mais de metade. A evidência científica da dieta cetogénica demonstrou efetividade após um mês de seguimento. Segundo o estudo, 70 % das crianças que iniciaram esta dieta, reduziram o número de convulsões em 50% e, 37% desse grupo, obteve uma redução superior a 90%, avançou Robertto Caraballo, especialista em Neurologia Infantil, um dos autores do estudo.
«Se as crianças melhorarem após 1 ou 2 meses de tratamento, sem padecer de convulsões ou com episódios menos violentos, nós reduziremos paulatinamente a medicação até comprovar que respondem bem à falta dessa medicação», concluiu Kossof ao site de informação argentino “Infobae”.
No último congresso da Sociedad de Neurología Infantil (SANI), realizado recentemente em Neuquén, na Argentina, foram apresentados os primeiros Guias Práticos para o tratamento da epilepsia, que ressaltam a eficácia da dieta cetegénica como tratamento não farmacológico e o trabalho multidisciplinar para favorecer o êxito do tratamento. |