Diabetes tipo 2: Jejum alternado pode ajudar a controlar sintomas 821

 

 

11 de outubro de 2018

Três homens com idades compreendidas entre os 40 e os 67 anos, diagnosticados com  diabetes tipo 2, fizeram jejum de 24 horas em dias alternados durante 10 meses e conseguiram aliviar os sintomas da doença. O anúncio foi feito na revista “BMJ Case Reports” pelos médicos desses mesmos doentes.

De acordo com o jornal inglês “ScienceDaily”, os doentes, que além da diabetes tipo 2 apresentavam também tensão alta e colesterol elevado, tomavam vários medicamentos para controlar estes sintomas, bem como doses diárias de insulina, antes de iniciarem o jejum. Dois dos doentes jejuaram em dias alternados por 24 horas, enquanto o terceiro jejuou por três dias por semana. Nos dias de jejum os doentes podiam ingerir bebidas de muito baixa caloria – como chá, café, água ou caldos – e uma refeição de muito baixa caloria também e só à noite.

Este padrão foi seguido à risca durante dez meses e todos os doentes foram capazes de parar de injetar insulina ao fim de um mês, num dos casos foi ao fim de cinco dias.
Dois dos doentes conseguiram parar de tomar todos os medicamentos para diabéticos que estavam a tomar, enquanto o terceiro interrompeu três dos quatro que tomava.

Os autores do estudo referem ainda que todos eles perderam peso e reduziram as suas leituras de glicemia de jejum média, o que ajudou também a diminuir o risco de complicações futuras. A reação ao jejum foi benéfica. Os doentes deixaram inclusive de injetar insulina e o estudo, apesar de ter sido só observacional, já teve reações positivas, referem os autores.

A endocrinologista Isabel do Carmo, em declarações ao jornal “Diário de Notícias”, disse haver já vários estudos que apontam para os eventuais benefícios do jejum, mas «há doentes que o podem fazer e outros que não. A médica salienta que o jejum intercalado pode ter vantagens, sobretudo no início da doença, da diabetes tipo 2 ou ainda em fase de pré-diabetes, quando ainda é possível o pâncreas reagir bem, no entanto é preciso que seja feito de forma acompanhada e “com muita cautela. Nem é preciso que seja de 24 horas em dias intercalados, pode ser de 16 ou de 12 horas, mas é preciso saber quem o pode fazer ou não».

Em Portugal, a doença matou 12 pessoas por dia em 2015, segundo o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes – “Diabetes: Factos e Números”, estando presente em mais de um quarto dos óbitos nos hospitais públicos em Portugal.