21 de março de 2018 A diabetes, as doenças do cérebro e cardiovasculares, a depressão, as demências e as doenças musculoesqueléticas são as patologias que mais afetam a população da cidade de Lisboa, segundo um relatório divulgado hoje pelas entidades de saúde. Os dados foram divulgados esta manhã durante a apresentação do Plano Local de Saúde do agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte, que decorreu no auditório do Centro de Saúde Sete Rios, em Lisboa. A construção do Plano Local de Saúde do agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte baseou-se na identificação dos principais problemas de saúde que afetam a população. De acordo com a informação disponibilizada no Plano, a percentagem de doentes hipertensos e com alterações dos lípidos aumentou relativamente aos últimos dados, de outubro de 2014, pelo que se «reforça a necessidade de intervir sobre estes problemas». «É importante contarmos com o apoio de parceiros nestas questões da saúde. Dos 12 problemas identificados na área dos Centros de Saúde Lisboa Norte priorizámos cinco e é sobre esses que trabalharemos», disse Guilherme Quinaz Romana, um dos responsáveis pela realização do Plano. Os cinco problemas de saúde priorizados são as doenças do cérebro e cardiovasculares, a diabetes, a saúde mental, as doenças musculoesqueléticas e as doenças infecciosas sobre as quais se constituirão cinco grupos de trabalho prioritários para definir estratégias para combater a incidência destes problemas na população. «Nas doenças provocadas por infeções sexualmente transmissíveis não podemos negligenciar o VIH/SIDA que ainda tem uma grande prevalência na sociedade», afirmou Rui Portugal, coordenador do internato médico de Saúde Pública de Lisboa e Vale do Tejo. Os parceiros ouvidos pelos autores do Plano deixaram ainda um alerta para a saúde mental, afirmando que «as estruturas de saúde mental não estão a acompanhar as necessidades da comunidade». «As perturbações psiquiátricas e os problemas de saúde mental constituem atualmente uma das principais causas de incapacidade (…) O facto de o rácio de doentes por médico de família ser muito elevado leva ao espaçamento das consultas e a diminuição da comparticipação dos medicamentos», pode ler-se no Plano, relativamente às «necessidades de saúde sentidas e respetiva justificação». Este Plano Local de Saúde será aplicado nas freguesias de Alvalade, Avenidas Novas, Benfica, Campolide, Carnide, Lumiar, Santa Clara e São Domingos de Benfica, e terá impacto em mais de 220.000 habitantes da cidade de Lisboa. Em Portugal foram criados 54 Planos Locais de Saúde, pela Direção-Geral da Saúde, através do Plano Nacional de Saúde, em conjunto com as Administrações Regionais de Saúde e os Agrupamentos de Centros de Saúde. |