Ontem, dia 7 de julho, assinalou-se o Dia Mundial do Chocolate.
Não se sabe ao certo o motivo da escolha do dia 7 de julho para celebrar esta data. No entanto, acredita-se que marque a introdução do chocolate na Europa, por volta do século XV. Começou por se beber chocolate quente como símbolo de status social para a aristocracia europeia, e somente com a Revolução Industrial o produto foi popularizado.
Hoje em dia, o chocolate é um bem de consumo comum: “guilty pleasure” para uns, para outros já faz parte da alimentação diária.
Face à grande diversidade de chocolates atualmente disponíveis no mercado (preto, de leite, branco, com fruta, licor, caramelo, bolachas, frutos secos e/ou oleaginosos), as opções são mais que muitas e o difícil será mesmo escolher.
Na hora de seleccionar, importa perceber que o chocolate, independentemente do tipo, será sempre um alimento calórico, decorrente da quantidade apreciável de açúcar e gordura (maioritariamente saturada) que apresenta.
Existem três tipos de chocolates: o preto, o branco e o de leite. A diferença entre os três é a concentração de cacau de cada um.
A nível energético, entre estes três tipos de chocolate, a diferença também não é muita. O que varia mesmo entre si é a lista de ingredientes e o teor de macronutrientes que cada um representa.
E apesar de os chocolates com maior percentagem de cacau apresentarem teores de açúcar menores, comparativamente ao chocolate de leite e branco, não são necessariamente menos calóricos que estes.
Então e o mito de que o chocolate preto é considerado o melhor para a saúde? Na verdade, o que faz bem não é propriamente o chocolate negro, mas sim o cacau, cuja percentagem está muito mais presente no chocolate negro.
Dentro deste conjunto de ingredientes, presentes no cacau e que são benéficos para nós, destaca-se os polifenóis pela importante atividade antioxidante e de proteção celular que exercem, podendo desempenhar um papel relevante na diminuição de processos inflamatórios e do risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e cancerígenas.
Outros compostos como as metilxantinas, alguns peptídios e micronutrientes (como o magnésio e o cobre) também presentes no cacau parecem atuar de forma sinérgica sobre a inflamação e proteção celular. As metilxantinas (de que são exemplo a cafeína e a teobromina) exercem ainda um efeito estimulante no organismo, podendo contribuir para níveis de concentração superiores.
Nunca esquecer que a presença dos compostos mencionados no chocolate irá depender de alguns fatores inerentes à sua produção, nomeadamente a percentagem de cacau, a origem, fermentação e o processo de fabrico.
Para a nutricionista Sofia Oliveira Pinto, existem outros alimentos que podem trazer o mesmo efeito que o chocolate, mas que não contêm tantos malefícios: “Se o objetivo é aumentar o consumo de antioxidantes, é possível fazê-lo através da ingestão de outros alimentos com teores de gordura e açúcar bem mais modestos, como é o caso da fruta, dos hortícolas e do chá (particularmente o chá verde)”.
“Se procura no chocolate um aliado contra o mau-humor, saiba que alguns dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar e prazer habitualmente sentidos após o seu consumo são também libertados aquando da prática de exercício físico”, adianta.
Para a nutricionista, o objetivo não é desencorajar o consumo de chocolate, mas sim “apelar ao seu consumo consciente, até porque enquadrado num estilo de vida ativo e saudável e no âmbito de uma alimentação completa, variada e equilibrada nenhum alimento deve ser visto como proibido“, indica Sofia Oliveira Pinto.
“Se gosta de chocolate, escolha o que lhe dá mais prazer comer e saboreie-o sem sentimento de culpa, sempre em quantidades moderadas.”, defende.