14 de novembro de 2018 O Dia Mundial da Diabetes assinala-se hoje e pretende sensibilizar a população para o seu impacto na família, na gestão, cuidado e prevenção da doença, que afeta um milhão de portugueses. «O aparecimento de diagnóstico de uma doença em qualquer família tem um grande impacto, mas esse impacto é muito maior quando a família é chamada a ser atuante no próprio tratamento, como é o caso da diabetes, principalmente nas crianças», disse à gência “Lusa” o presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que, juntamente com a Câmara de Lisboa, organiza hoje a conferência “Diabetes e Família”, o mote deste ano da efeméride. O aparecimento da doença «provoca modificações importantes» no dia-a-dia das famílias, algumas boas, como melhores hábitos de vida, e outras más, devido «ao stress causado à vida das pessoas». «Nas crianças é todo o problema, desde o controlo e o medo permanente de qualquer ocorrência que possa acontecer, nomeadamente a hipoglicémia», mas também «a sensação horrível de ter que as picar com a insulina ou para determinar a glicemia». Nos adultos, «há uma preocupação permanente para saber se as pessoas estão bem» e se não sofrem as complicações mais graves da diabetes, como cegueira ou amputações, disse o endocrinologista. Para José Manuel Boavida, esta «adaptação» tem de ser apoiada, para «aliviar toda a carga quotidiana» do tratamento desta doença «muito especial», que implica atitudes diárias por parte das pessoas, como ajustar a medicação, a alimentação, a atividade física para evitar as complicações da doença. Este apoio é «uma das grandes reivindicações» que a associação pretende que «venha ao de cima» neste dia mundial. «Os familiares das pessoas com diabetes são cuidadores informais», apesar de «pouco reconhecidos», e evitam «imensos internamentos», devendo por isso ser apoiados, dando-lhes formação. «O controlo rigoroso dos fatores de risco é essencial, assim como o maior envolvimento da família, o que significa abrir as consultas aos familiares e criar sessões a eles dirigidas, ajudando-os a compreender a complexidade da diabetes», defendeu. A formação deve estender-se aos profissionais de saúde «no sentido de perceberem o papel da família e o impacto que a família tem quando aparecem pessoas com diabetes na família», defendeu José Manuel Boavida. |