DGS: Metade das causas de morte e doença têm relação direta com alimentação 869

19 de Setembro de 2016

Metade das causas de doença e de morte em Portugal têm relação direta com a alimentação, segundo a Direção-geral da Saúde, que aponta o consumo excessivo de sal e de açúcar como fatores de risco para várias doenças.

Na conferência sobre o Plano Nacional da Saúde que hoje decorreu em Loures, o diretor-geral da Saúde avisou que quase metade dos portugueses adultos tem hipertensão, sendo o consumo de sal uma das principais causas para aquela doença crónica.

«Pelo menos metade das causas de doença e de morte têm relação direta com a alimentação, sobretudo com o excesso de sal, mas também o excesso de calorias, as gorduras de fabrico industrial e o açúcar», afirmou Francisco George, citado pela “Lusa”.

Um dos objetivos centrais do atual Plano Nacional de Saúde é diminuição da mortalidade precoce (antes dos 70).

Portugal quer ainda aumentar em 30% a esperança de vida saudável aos 65 anos em 2020, assumindo como fundamental ter programas que intervenham no grupo etário dos 50 a 60 anos.

Traçada como uma das metas do atual Plano Nacional de Saúde, o aumento da esperança de vida saudável aos 65 anos passaria nos homens a ser de 12,9 anos e de 11,7 anos nas mulheres.

Atualmente, embora as mulheres tenham maior esperança média de vida, registam valores inferiores no que respeita à esperança de vida saudável. Ou seja, vivem mais que os homens, mas com menos qualidade a partir da terceira idade.

O aumento da esperança média de vida saudável e a diminuição da mortalidade precoce (antes dos 70) são duas das quatro grandes metades definidas no Plano, que contempla ainda objetivos mais dirigidos às gerações mais jovens.

Um deles é a redução da prevalência do consumo de tabaco na população com mais de 15 anos e a eliminação ao fumo ambiental, enquanto o outro é o controlo da obesidade na população infantil para que não aumente em relação aos valores atuais.

Segundo a Direção-geral da Saúde (DGS), as melhorias de vários indicadores de saúde, que se registaram até 2008, desaceleraram a partir dessa data e até 2012, coincidindo com o período de crise, o que pode dificultar algumas metas previstas no Plano Nacional de Saúde.

O coordenador do Plano, Rui Portugal, explicou aos jornalistas que, no período de crise e de assistência financeira, os indicadores foram evoluindo, mas o ritmo de melhoria foi menor do que nos anos anteriores.