Desenvolvida versão portuguesa do Nutritional Risk Screening 1732

Uma equipa de especialistas, entre eles diversos portugueses, desenvolveu a versão portuguesa do Nutritional Risk Screening – NRS 2002, uma ferramenta que permite detetar a presença do risco de desnutrição ou de desnutrição em indivíduos hospitalizados.

Aplicada pelos profissionais de saúde, o Nutritional Risk Screening (NRS 2002) é um instrumento que foi desenvolvido pela Danish Society for Parenteral and Enteral Nutrition, e que permite detetar a presença do risco de desnutrição ou de desnutrição em indivíduos hospitalizados, pode ler-se no resumo do artigo publicado na Acta de Nutrição, da Ordem dos Nutricionistas.

Este instrumento é constituído por dois grupos de perguntas, com pontuação definida, em que o primeiro se refere à deterioração do estado nutricional e o segundo à gravidade da doença. O primeiro grupo inclui a perda de peso não intencional recente, a redução da ingestão alimentar recente não intencional e o valor do Índice de Massa Corporal (IMC). Já o segundo grupo compreende uma escala de gravidade da doença: ausente, ligeira, moderada ou grave. Se a idade for igual ou superior a setenta anos, adiciona-se mais um ponto à pontuação final. O doente estará em risco nutricional quando a pontuação final for igual ou superior a três. O instrumento contém ainda quatro questões de pré rastreio para serem usadas em serviços de internamento e/ou departamentos com poucos doentes em risco.

De acordo com os especialistas, este instrumento apresenta várias vantagens, quando comparado com outros disponíveis, especialmente o facto de ser aplicável a adultos de todas as idades, ter demonstrado elevada sensibilidade e especificidade em diferentes contextos, abranger todas as condições patológicas, e ser de fácil e rápida aplicação.

Recentemente, um estudo experimental realizado em doentes médicos hospitalizados com o risco nutricional identificado pelo NRS 2002, demonstrou que o uso de suporte nutricional individualizado em comparação com a alimentação hospitalar padrão durante o internamento, melhorou os resultados clínicos e diminuiu a probabilidade de óbito no período de 30 dias.