22 de Dezembro de 2015 Quase metade das 288 peças de carne de vaca inspecionadas pela associação DECO não tinham qualquer referência à sua origem no rótulo, uma obrigação legal há já 15 anos. Segundo um estudo divulgado ontem pela associação de defesa dos consumidores – DECO, dois terços da carne de vaca inspecionada apresentava falhas na rotulagem: 44% da carne Dos talhos de rua ou supermercados não tinha referência à origem e, em 24% das situações, a rotulagem tinha falhas ou omissões, como o local de desmancha, noticiou a “Lusa”. A DECO inspecionou este ano 729 peças de carne, 288 das quais de vaca, visando encontrar a indicação da sua origem no rótulo, tal como obrigatório por lei, desde 2000. Nesta análise incluíram-se visitas a 126 talhos e supermercados feitas em junho de 2015. A associação de defesa do consumidor assume que deu especial enfoque à carne de vaca, uma vez que a lei que obriga a conhecer a sua origem tem já 15 anos, datando de 2000, altura do escândalo da BSE ou “doença das vacas loucas”. Desde abril deste ano que as exigências quanto à origem foram alargadas à carne de suíno, ovino, caprino e aves de capoeira. Em 60% de todas as peças de carne analisadas, a rotulagem estava de acordo com a lei, mas em 28% dos casos não havia referência à origem e, nas restantes 12%, havia outro tipo de falhas nos rótulos. «Este nosso estudo sobre rotulagem da carne revela que ainda existem muitas falhas», sintetiza a DECO num artigo intitulado “A origem desconhecida da carne”. «O regime comunitário de rotulagem obrigatória continua a não ser totalmente cumprido. Os talhos, tanto de rua como de hipermercado, têm de melhorar a rotulagem da carne, indicando as menções obrigatórias, para se saber detalhadamente todo o percurso», refere a associação de defesa do consumidor. Sem as informações do rótulo, «o sistema de rastreabilidade cai por terra», tornando-se impossível chegar à origem da carne e atuar quando surgem irregularidades que ponham em causa a segurança dos consumidores. |