A Deco Proteste, no seu portal, divulga um estudo realizado sobre as percepções que os portugueses têm da sua alimentação. Tendo em conta que as preocupações com uma alimentação saudável são cada vez mais uma realidade, a organização de defesa do consumidor quis avaliar até que ponto os portugueses seguem uma alimentação saudável, e o que isso significa.
O inquérito foi realizado entre abril e junho de 2019, junto da população portuguesa, entre os 25 e os 74 anos, e foram recebidas 948 respostas válidas.
Dos dados recebidos, verifica-se que “a maioria dos portugueses considera que tem hábitos saudáveis. Quatro em dez mudaram o regime ou passaram a seguir uma dieta para perder peso nos 12 meses anteriores ao estudo. Mas, das dietas radicais ao jejum, tudo parece válido no combate aos quilos a mais. A conclusão é só uma: muitos inquiridos têm perceções erradas sobre os seus hábitos”, indica a Deco na análise às respostas recebidas.
E por falar em dietas, esta foi “a tática mais comum, seguida por 62% dos inquiridos que mudaram a dieta nos 12 meses anteriores ao estudo. Mas apenas 44% ficaram contentes com os resultados”.
Um em cada quatro dos inquiridos afirmou fazer jejum para emagrecer, e a “mesma proporção, para “desintoxicar” o organismo”. Porém, só 37% ficaram agradados com esta opção.
“O jejum intermitente, com consumo de alimentos durante oito horas e a abstenção nas 16 seguintes, é muito popular nas redes sociais, tanto para emagrecer, como, alegadamente, para purificar o organismo e recuperar energia. Mas fazer uma refeição em duas tem o efeito inverso: a sensação de fome aumenta”, explica a Deco.
Outra das escolhas dos portugueses são os regimes detox. “Um em cinco aderiu a um regime dito detox para perder peso. Mas os resultados agradaram unicamente a 20% dos que seguiram esta via”.
“As bebidas ditas detox, para “purificar” o organismo ou para perder peso, são o último grito da moda”, sublinha a Deco.
A associação de defesa do consumidor acrescenta ainda que “segundo a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar, um consumo diário de ácido oxálico superior a 180 miligramas aumenta o risco de formação de cálculos renais e prejudica a absorção de minerais como cálcio, ferro e potássio. No fundo, basta um smoothie para poder alcançar esta fasquia. Como ferramenta para emagrecer, escusado será dizer que as bebidas detox promovem uma dieta desequilibrada, onde faltam, por exemplo, os hidratos de carbono”.
Os suplementos para emagrecer são outra das escolhas no momento de emagrecer: “30% optaram por tomar suplementos. No entanto, apenas um quarto deles se mostraram muito satisfeitos com a decisão”.
Um dos suplementos mais referidos, foi de vitamina D. “Inclusive receitados por médicos, são inúteis para a maioria da população. O Infarmed, a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge só os aconselham a crianças com raquitismo causado por deficiência alimentar ou idosos em unidades de cuidados continuados, por exemplo. Excesso de vitamina D provoca níveis elevados de cálcio no sangue, prejudicando os ossos e contribuindo para perda de apetite, náuseas e fraqueza”, sublinha a Deco.