DECO: A maioria da carne picada nos talhos é «um cocktail de bactérias e de sulfitos» 1363

A DECO lançou um alerta de que a carne picada nos talhos apresenta baixos níveis de qualidade, desaconselhando a compra deste produto. Os resultados extraíram-se de uma análise divulgadas pela associação, em que 15 dos 20 talhos visitados na Grande Lisboa e Grande Porto chumbaram nos testes em laboratório.

Numa notícia publicada no site do jornal “Expresso”, lê-se que as análises manifestaram também a presença de bactérias como Salmonella e E. coli. Comparativamente com os resultados de 2013 (quando a associação começou a efetuar análises à carne picada), os atuais são globalmente piores, pelo que recomenda que as entidades que examinam este produto aumentem o controlo no setor da segurança alimentar.

Essas entidades compreendem a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação e Federação Nacional das Associações de Comerciantes de Carne (FNACC), às quais foi enviado este estudo.

«A lei é clara quanto a procedimentos, limites e proibições: a carne picada não pode ter sulfitos, ou outros ingredientes além do sal. E tem de ser conservada até 2ºC. Mas, nestes dois pontos, os incumprimentos somam e seguem», adverte a DECO. Apenas quatro dos talhos apresentaram amostras razoáveis e uma apresentou boa qualidade. A maioria é «um cocktail de bactérias e de sulfitos» continua a associação.

A associação afirma que o consumidor está a ser enganado ao comprar um produto que não é só carne picada, fazendo notar que apenas cinco amostras não continham sulfitos. Também 17 em cada 20 talhos não respeitaram a temperatura de conservação deste produto. «A lei é permissiva quanto aos critérios microbiológicos, ou seja, relativos à higiene e à conservação», lamenta a DECO, enquanto apela a uma legislação mais apertada neste campo.

«Comprar carne já picada é uma opção do consumidor. Mas que desaconselhamos. É preciso jogar pelo seguro: peça para picar na hora ou pique em casa e cozinhe-a mesmo bem», conclui a DECO.