O Conselho de Administração da Danone cessou as funções “com efeito imediato” do presidente e diretor geral, Emmanuel Faber, após vários meses de contestação por parte dos acionistas que pretendiam uma nova estratégia para o grupo agroalimentar.
Entretanto, Gilles Schnepp, antigo chefe da empresa de material elétrico Legrand, vai ficar à frente do Conselho de Administração da Danone, refere um comunicado da companhia divulgado hoje.
Enquanto tentam encontrar um novo diretor geral “de envergadura internacional”, uma “dupla interina” foi designada para garantir a continuidade operacional.
A “dupla” é composta por uma diretora geral, Véronique Penchienati-Bosetta, e por um vice-diretor geral, Shane Grant.
Emmanuel Faber, 57 ans, era diretor geral da Danone desde 2017 mas nos últimos meses era criticado pelos acionistas que exigiam a separação das funções de presidente e de diretor geral no sentido de conferir um novo vigor ao grupo empresarial atingido pelos efeitos económicos da crise sanitária.
As decisões começaram a ser tomadas no passado dia 01 de março após a votação do Conselho de Administração sobre a separação dos dois cargos mas Faber manteve as funções de diretor geral.
Dois dias depois, o fundo de investimento Artisan Parters, que pretendia a saída de Faber exortou o Conselho de Administração a rever a posição.
Este fundo de investimento é o terceiro acionista da Danone e exigiu a “nomeação” de um presidente “verdadeiramente independente”.
Além da Artisan Partners também o acionista Bluebell Capital Partners queria a saída de Faber por considerar que a direção do executivo estava a claudicar em relação aos principais concorrentes.
Os acionistas pediram igualmente que plano de reorganização e de redução de custos fosse suspenso.
O plano estava a ser alvo de negociações com os sindicatos estando previstos dois mil despedimentos.