É do conhecimento geral que a alta ingestão de sal está associada com a pressão arterial elevada na população adulta. Contudo, há também evidências que demonstram que uma ingestão elevada de sal em crianças também influencia a pressão arterial e pode predispor um indivíduo ao desenvolvimento de uma série de doenças, incluindo: pressão arterial elevada, osteoporose, doenças respiratórias, como asma, cancro de estômago e obesidade. Por outro lado, há evidências de que os hábitos alimentares na infância e na adolescência vão influenciar os padrões alimentares na vida adulta. Quando uma criança gosta de sal e tem preferência pela ingestão de alimentos salgados, em adulta terá mais dificuldade em reduzir a ingestão de sódio. Manter uma dieta saudável passa, em grande parte, por ensinar às crianças desde cedo que a sua alimentação deve ser pobre em sal. Tal como acontece na população adulta, também as crianças ingerem mais sal do que o recomendado. No fundo, quando a criança passa a comer as mesmas refeições que o resto da família, também fica exposta aos malefícios do sal. É importante que as famílias mantenham o hábito de cozinhar as suas próprias refeições, com produtos frescos que têm, naturalmente, um teor mais baixo de sal do que as refeições pré-confecionadas. Assim, é premente implementar medidas que permitam a redução da ingestão de sal e, consequentemente, a redução do número de pessoas que sofrem de doença cardiovascular entre a população. Enquanto presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão quis dar particular destaque às crianças e à importância de as formar/educar no sentido de poderem escolher alimentos mais saudáveis, ou seja, mais pobres em sódio. Entre os vários projetos que a SPH tem desenvolvido no âmbito da educação infantil, gostaria de mencionar o projeto mais recente, e que ficará visível a partir do ano letivo de 2017/18, que passa pela criação de materiais educativos para crianças e jovens em conjunto e sob a orientação técnica de valiosos parceiros que a SPH granjeou e que em breve poderá revelar ao público. Cumprindo a sua missão de atuar junto da comunidade no sentido de diminuir o risco cardiovascular, a SPH acredita que é a trabalhar, agora, com as crianças que se constrói um futuro mais saudável. José Mesquita Bastos, |