Um estudo publicado na revista Mayo Clinic Proceedings, indica que crianças com menos de dois anos que tomam antibióticos enfrentam um maior risco de desenvolver doenças crónicas, como é o caso da asma no início da infância, alergias respiratórias, eczema, doença celíaca, obesidade, défice de atenção e hiperatividade.
O trabalho publicado no passado dia 15 de novembro, denominado por “Association of Infant Antibiotic Exposure With Childhood Health Outcomes“, é da autoria de Zaira Aversa, Elizabeth J. Atkinson, Marissa J. Schafer, Regan N. Theiler, Walter A. Rocca, Martin J. Blaser, e Nathan K. LeBrasseur.
Este estudo teve como intuito investigar até que ponto a exposição a antibióticos nos primeiros 2 anos de vida está associada ao risco de problemas de saúde imunológicos, metabólicos e neurocomportamentais com início na infância.
Embora estudos anteriores tivessem já analisado a associação entre antibióticos e doenças isoladas, este é o primeiro a analisar a associação em doenças múltiplas.
A investigação incluiu 14.572 crianças (7.026 meninas e 7546 meninos), nascidas no condado de Olmsted, Minnesota, entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2011, por meio do sistema de vínculo de registros médicos do Rochester Epidemiology Project. Destas, 70% (10.220) receberam pelo menos 1 prescrição de antibiótico durante os primeiros 2 anos de vida.
Os cientistas descobriram que os antibióticos estavam associados a doenças metabólicas (obesidade, excesso de peso), doenças imunológicas (asma, alergias alimentares, febre do feno) e condições ou distúrbios cognitivos (TDAH, autismo).
“A exposição precoce a antibióticos foi associada a um risco aumentado de asma de início na infância, rinite alérgica, dermatite atópica, doença celíaca, sobrepeso, obesidade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. As associações foram influenciadas pelo número, tipo e tempo de exposição ao antibiótico. Além disso, as crianças expostas a antibióticos tinham uma probabilidade maior de apresentar combinações de doenças, principalmente quando recebiam prescrições múltiplas”, indica o estudo.
A equipa descobriu ainda que o risco associado era maior quanto mais antibióticos fossem administrados, sendo o risco também mais elevado quando estes são tomados no início de vida da criança, especialmente nos primeiros seis meses
Pode consultar o estudo aqui.