Covid-19: PNPAS esclarece aleitamento materno 1994

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde, publicou um manual com Orientações na área da Alimentação, neste tempo de pandemia de covid-19.

Este manual foi criado com o objetivo de responder às várias questões que têm surgido devido ao covid-19, tanto por parte de profissionais de saúde, como da população em geral.

Uma das áreas abordadas é o aleitamento materno.

“Até ao momento, não há evidência suficiente e inequívoca de que o vírus SARS-CoV2 possa ser transmitido pelas mães com covid-19 através do leito materno. Tanto quanto sabemos, o único estudo clínico disponível, ainda que com uma amostra de apenas 9 doentes, sugere que não existe transmissão vertical no período neonatal através da amamentação. A este estudo clínico, acrescenta-se a evidência de um estudo de caso e a evidência já existente para outros vírus respiratórios, que mostra de modo em geral a não transmissão através do leite materno”, explica o manual.

Aliás o manual reforça essa ideia com os exemplos da “UNICEF, do Centro de Controlo e Prevenção da Doença (CDC) dos Estados Unidos e do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) do Reino Unido que já se pronunciaram a este respeito, referindo que as mães que estão infetadas com o SARS-CoV2 ou sob investigação, podem manter a amamentação desde que a situação clínica o permita”.

A recomendação continua a ser que “se considerar que os benefícios da amamentação são maiores do que os potenciais riscos de transmissão do coronavírus pelo leite materno, à data, não há́ indicação para suspender ou não recomendar a amamentação”.

“É consensual, quer por parte das comissões de nutrição (ESPGHAN, 2017; Comissão de Nutrição da SPP, 2012) quer pela OMS (WHO, 2009) que o aleitamento materno, é a melhor forma de alimentação da criança até aos 6 meses (salvo raras exceções), com benefícios quer para a mãe como para a criança”, sublinha o manual do PNPAS.

O documento refere ainda que segundo o texto Covid-19: Gravidez e aleitamento materno publicado pela Unidade de Doenças Emergentes do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar Universitário de São João e a pela Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), o “principal risco de amamentar é o contato próximo entre a mãe e a criança, pois podem ser partilhadas gotículas infeciosas no ar, podendo levar à infeção na criança”.

“Assim, à luz da evidência atual, a amamentação pode ser mantida desde que as mães estejam devidamente informadas e esclarecidas e desde que sejam asseguradas boas práticas de higiene e tomadas todas as precauções para evitar a transmissão da covid-19 à criança”, esclarece o manual.

Posto isto, são aconselhadas uma série de medidas, tais como “lavar as mãos frequentemente com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos, antes e depois de cada mamada”; “usar uma máscara facial durante a amamentação”; “evitar tocar na boca, nariz e olhos da criança”; “limpar e desinfetar os objetos e superfícies usados frequentemente”, entre outras.

Pode consultar o manual aqui.