O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde, publicou um manual com Orientações na área da Alimentação, neste tempo de pandemia de covid-19.
Este manual foi criado com o objetivo de responder às várias questões que têm surgido devido ao covid-19, tanto por parte de profissionais de saúde, como da população em geral.
Um dos temas abordados é o estado nutricional dos idosos, visto este ser um grupo de risco.
“Os idosos são particularmente aconselhados a adotar medidas para reduzir o risco de doença por SARS-CoV-2, nomeadamente o isolamento profilático. Estas medidas de isolamento e distanciamento social para minimizar a transmissão da COVID-19, podem ser um fator de risco para o agravamento do estado nutricional dos idosos, quer naqueles que se encontram em contexto de domicílio, quer para os idosos institucionalizados. Um pior estado nutricional associa-se a um pior prognóstico e a um risco aumentado de complicações em caso de doença aguda e, consequentemente está associada a um maior risco de mortalidade”, explica o manual.
Tendo isto em conta, é necessário que os idosos tenham uma “alimentação adequada”, “de forma a promover um adequado estado nutricional”.
Para isso acontecer, o documento recomenda uma série de medidas “que já deviam ser genericamente seguidas pela população idosa.
Entre elas destacam-se o consumo de “duas porções de leite ou derivados”, assim como o consumo de “2 a 3 porções de fruta por dia” e “leguminosas (por ex. feijão, grão, ervilhas, lentilhas…) pelo menos 3 vezes por semana”. A “sopa de hortícolas deve estar presente nas duas refeições diárias, assim como a “carne, pescado e ovos em duas refeições principais de modo a assegurar uma ingestão proteica adequada, sendo que o peixe gordo deve consumido com uma frequência de 2 vezes por semana”.
“Considerando a diminuição do apetite que é comum nesta faixa etária e a alteração do paladar, devem ser promovidas refeições frequentes ao longo dia e de menor volume (cerca de 5 a 6 refeições)”, sublinha o manual.
A hidratação também é uma das recomendações referidas, pois “a manutenção de um bom estado de hidratação é essencial, situação que muitas vezes está comprometida devido à diminuição da sensação de sede nos idosos. A quantidade a ingerir diariamente pode variar entre 1,5 a 1,9 litros de água, o que equivale a cerca de 8 copos de água”, aconselha o manual.
O documento reforça que estas medidas são orientadoras e “não devem substituir outras, anteriormente implementadas pelo médico.
Deve-se ter especial atenção aos sinais de alerta, tais como “perda de peso não intencional, diminuição da ingestão alimentar, perda de apetite ou desinteresse pela alimentação, idosos com dificuldades de mastigação, idosos com dificuldades em ir às compras e/ou cozinhar”.
Para as instituições que dão apoio à população idosa, recomenda-se que sejam seguidas as orientações presentes no manual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde “Proposta de ferramenta de avaliação qualitativa de ementas destinadas a idosos”.
O manual termina com dois conselhos.
“Para as instituições que dão apoio à população idosa, recomenda-se que sejam seguidas as orientações presentes no manual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde “Proposta de ferramenta de avaliação qualitativa de ementas destinadas a idosos”.
“Para os idosos institucionalizados, os profissionais de saúde devem considerar a importância de fazer a identificação do risco nutricional a todos os idosos com uma periodicidade semanal. Para isso estão disponíveis ferramentas já validadas, nomeadamente o Mini Nutritional Assessment (MNA) e o Malnutrition Universal Screening tool (MUST)”.
Pode consultar o manual aqui.