Covid-19: Mercado de alimentação sustentável online ajuda produtores a escoarem produtos 1328

Um mercado dedicado aos bens alimentares sustentáveis surgiu na Internet para ajudar cerca de 140 pequenos e médios produtores nacionais a escoar os seus produtos, depois de terem visto os seus canais de distribuição reduzidos, devido à pandemia.

O projeto ‘online’ foi criado na sequência de A Praça, um mercado sustentável que vai nascer, entre outubro e novembro, no Hub Criativo do Beato, em Lisboa, num investimento de três milhões de euros.

A Praça vai abranger dois edifícios do Hub Criativo do Beato com uma área de 1.700 metros quadrados: uma antiga fábrica de carnes e um refeitório do pessoal civil da Manutenção Militar.

Em declarações à agência Lusa, a fundadora do projeto, Cláudia Almeida e Silva, explicou que, inicialmente, pensou em aderir ao comércio ‘online’ apenas depois de abrir o espaço físico, mas verificou que alguns produtores “viram os seus canais de escoamento fechados”.

“Na altura, juntei a equipa e disse: não pode ser, já temos tanto trabalho feito, temos de fazer algo, não podemos ficar indiferentes a esta realidade. Montámos o ‘site’ praticamente em quatro/cinco semanas e com muita humildade, ou seja, tentámos fazer o melhor com poucos recursos, mas ser mais um canal de escoamento essencialmente aqui em Lisboa para estes produtores”, adiantou.

A funcionar desde agosto de 2020, em plena pandemia de covid-19, o ‘site’ apresenta os produtos de cerca de 140 produtores nacionais, sendo também “um espaço de conhecimento e de partilha”, segundo a sua fundadora.

“Arrancámos com uma gama bastante grande, ou seja, de cerca de 700 referências, com um espetro largo: frutas, legumes, queijos, enchidos, azeite e uma adega. […] Queremos ser uma plataforma que agregue e depois amplificar e chegar ao máximo número possível de consumidores urbanos”, indicou Cláudia Almeida e Silva.

De acordo com a responsável pela A Praça, o foco principal do projeto é o consumidor urbano, porque não está habituado à biodiversidade na gastronomia.

“[…] Este consumidor urbano não conhece esta diversidade e riqueza que muitas vezes temos. […] Somos um país bastante pequeno geograficamente, mas com uma biodiversidade e uma riqueza de produção gigantes e o consumidor urbano está habituado a comer o mesmo produto”, observou.