Covid-19: Máscara em ambientes fechados com muitas pessoas deve ser “novo normal”, diz o INSA 1032

O presidente do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA) considerou esta quarta-feira que o uso de máscara em ambientes fechados com aglomerados de pessoas deve ser encarado como o “novo normal” para prevenir a transmissão de vírus como o SARS-Cov-2.

Fernando Almeida comentava desta forma à agência Lusa a recomendação da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o uso de máscaras nas farmácias, nos transportes públicos e nos aeroportos, terminais marítimos e redes de metro e de comboio

“Acho importante [esta recomendação] e isto faz parte daquilo a que nós sempre chamámos do novo normal. E não é só por causa da covid-19. É que também há a gripe, há outros vírus, o vírus sincicial respiratório. Portanto, é por uma melhor capacidade de prevenção”, disse Fernando Almeida, à margem da conferência “Diagnóstico ‘In Vitro’: Mais Acesso, Melhor Saúde”, que decorreu no INSA, em Lisboa.

Por isso, prosseguiu, “em ambientes onde suspeitamos que vai haver muitas pessoas no estádio de futebol, uma viagem ou autocarro, comboio, naturalmente que aconselhamos, sobretudo as pessoas com deficiência, com mais idade, a usarem a máscara”.

Relativamente à realização de testes à covid-19, Fernando Almeida disse que diariamente são realizados cerca de 20.000, 30.000 testes por dia.

Segundo o presidente do INSA, o teste está agora a adaptar-se à patologia que foi “totalmente modificada” com a vacinação. “As pessoas que hoje fazem testes são aquelas que têm sintomatologia ou suspeitam que estão infetados (…). Isso é aquilo que nós queremos”, disse.

“Portanto, o teste hoje já não é tanto aquela questão de massificar, fazer a toda a gente. Hoje entramos numa utilização mais criteriosa do teste e diferente daquilo que são os objetivos da testagem”, rematou.

Na conferência, foi divulgado o estudo de avaliação do impacto dos diagnósticos ‘in vitro’(DIV) para a sustentabilidade do sistema de saúde, realizado pela NOVA IMS, que recomenda a criação de um modelo de ‘fast-track’(via verde) que possibilite uma rápida avaliação destes diagnósticos, tornando possível um maior acesso dos cidadãos à sua utilização, de forma a gerar poupança e a melhorar indicadores de saúde.

A criação desta autoridade independente para os DIV teria como objetivo regular e melhorar o acesso a testes de diagnóstico, operando de forma a garantir que existe um acesso qualificado a estes dispositivos, para dar acesso a cidadãos e profissionais de saúde a soluções de diagnóstico que durante anos não são disponibilizadas de forma equitativa no Serviço Nacional de Saúde, refere o estudo.

Para a realização do estudo, os investigadores falaram com peritos em sistemas de saúde, profissionais de saúde, associações de doentes para tentar perceber como é que todas estas entidades podem colaborar e articular-se para que – no caso de inovações que estejam cientificamente comprovadas, assim como o seu custo benefício – possam chegar às pessoas de forma rápida, disse à agência Lusa o coordenador do estudo, Guilherme Victorino.

Os peritos consideram que o DIV é uma componente fundamental do sistema de saúde, quer na prática clínica, quer para a saúde pública, sendo relevante para a gestão do doente, monitorização e rastreio populacional, bem como para a sustentabilidade global do Sistema.