Covid-19: Genética permite identificar indivíduos de risco por deficiência de Vitamina D 1163

Um estudo, de investigadores portugueses, identificou características genéticas associadas aos níveis de vitamina D no sangue e que estes níveis estão fortemente associados à gravidade da covid-19.

O trabalho foi coordenado pelo Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, em parceria com a Nova Medical School, com a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com a plataforma BioData.pt, e com a empresa HeartGenetics, Genetics and Biotechnology SA.

Denominado por projeto VITACOV, teve ainda o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia, ao abrigo do programa “Research 4 Covid-19 Apoio especial a projetos de implementação rápida para soluções inovadoras de resposta à pandemia de covid-19”.

Este estudo avaliou, entre agosto de 2020 e janeiro de 2021, 517 doentes admitidos com o diagnóstico de covid-19, nos Hospitais de Santa Maria em Lisboa e do São João no Porto.

Os resultados obtidos mostram que os doentes com níveis de vitamina D muito baixos apresentaram quadros mais graves da doença covid-19, com elevada mortalidade.

A nível genético, foi possível identificar uma associação entre características genéticas e os baixos níveis sanguíneos da vitamina D.

Com esta descoberta foi possível demonstrar que a população portuguesa tem uma prevalência de alterações do genoma que conferem uma menor capacidade de produção de vitamina D a partir da exposição à luz solar.

Estas características genéticas estão presentes em cerca de 20% da população portuguesa, representando uma prevalência quatro vezes superior à média europeia, visto termos uma prevalência superior de deficiência em vitamina D por comparação com países do norte da Europa.

Estes novos dados mostram que a caracterização genética e a monotorização dos níveis sanguíneos de vitamina D podem desempenhar um papel importante na identificação de sub-grupos de pessoas mais vulneráveis a doenças virais, como a infeção ao vírus SARS-CoV-2 .