A revista Nutrients divulgou os resultados do “REACT-COVID – Inquérito sobre alimentação e atividade física em contexto de contenção social”.
O artigo, denominado por “Towards an in-Depth Understanding of Physical Activity and Eating Behaviours during COVID-19 Social Confinement: A Combined Approach from a Portuguese National Survey” descreve os resultados principais do estudo desenvolvido pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em particular pelo Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) e pelo Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF).
Segundo os dados disponibilizados, a covid-19 contribuiu para uma alteração nos hábitos alimentares de parte significativa da população inquirida.
Quase metade da população questionada (45,1%) reportou ter mudado os seus hábitos alimentares durante este período e 41,8% tem a perceção de que mudou para pior.
As razões para a mudança destes comportamentos centram-se nas medidas impostas pelo confinamento, que obrigaram a alteração no horário de trabalho (17,6%) e no modelo de compras dos alimentos (34,3%).
O stresse vivido (18,6%) e as mudanças no próprio apetite (19,3%), assim como o receio com a situação económica (10,3%), foram outras das razões para essa mudança.
Para além disso, um em cada três portugueses (33,7%) manifestou preocupação quanto a uma possível dificuldade no acesso aos alimentos e 8,3% indicou mesmo ter dificuldades económicas no acesso a alimentos.
As mudanças no consumo alimentar provocadas pelo confinamento foram principalmente no aumento do número de refeições feitas em casa, reduzindo as refeições pré-preparadas (40,7%) ou take-away (43,8%).
A maior parte dos inquiridos refere ter passado a cozinhar mais (56,9%), mas também a petiscar mais (31,4%).
Apesar de os inquiridos indicaram que consumiram mais snacks doces (30,9%) também o aumento do consumo de fruta (29,7%) e hortícolas (21%) é referido.
O fato de comerem mais snacks, associado ao sedentarismo pode explicar o peso aumentado durante este período reportado por 26,4% da população.
Este padrão de comportamento alimentar foi mais comum nos inquiridos mais jovens, do sexo masculino, com mais dificuldades financeiras e em risco de insegurança alimentar.
Estes dados foram recolhidos entre 9 de Abril a 4 de Maio, de uma amostra de 5874 indivíduos, com 16 ou mais anos, em confinamento social, ponderada por género, idade, nível educacional e região.
Foi feita via questionário online ou inquérito telefónico versando 3 áreas fundamentais: literacia, alimentação e atividade física.
Este estudo teve como parceiro o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Pode consultar o artigo aqui.