Segundo os dados divulgados pela COSI Portugal 2019, o sistema de vigilância nutricional das crianças em idade escolar entre os seis e os oito anos, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, há uma redução consistente na última década da prevalência do excesso de peso e de obesidade infantil em Portugal.
De 2008 a 2019, Portugal caiu 8,3 pontos na prevalência de excesso de peso infantil, passando de 37,9 para 29,6 por cento. A obesidade também caiu 3,3 pontos, de de 15,3 para 12 por cento neste período, mas subiu em comparação com 2016.
Com estes valores, Portugal passou de um segundo lugar (no primeiro COSI em 2008) para meio da tabela, na lista de países com maior prevalência de excesso de peso infantil, que participam no Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) da OMS/Europa.
Os Açores são a região com maior prevalência de excesso de peso infantil, com uma em cada três crianças com peso a mais, apesar de terem sido a região que mais reduziu este valor desde a anterior recolha de dados. De 46,6 por cento caiu para 35,9 por cento em 2019.
A Madeira e o norte do país, foram outras duas regiões com maior prevalência de excesso de peso, com 31,6 por cento e 31,1 por cento, respetivamente.
Os piores resultados para além dos Açores, pertencem à Madeira e ao centro do país.
Já o Algarve, é a região que apresenta um menor valor de prevalência de excesso de peso infantil, cerca de 21%. Já a Região do Alentejo foi a que mostrou menor prevalência de obesidade infantil (9,7%).
Este estudo indica ainda que são os rapazes os que mais se desviam do peso normal. O excesso de peso atinge 29,6% dos meninos (contra 29,5% das meninas), dos quais 13,4% são obesos e, destes, 4,1% têm obesidade severa. A prevalência de baixo peso foi igualmente maior nos rapazes (1,6%) comparativamente com as raparigas (0,9%).
Este estudo foi coordenado por Ana Rito, investigadora do Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Ricardo Jorge, e foi realizado a partir da análise de 8844 crianças do primeiro ciclo, das quais 7210 foram avaliadas (48,9% raparigas e 51,1% rapazes), em 228 escolas participantes, em Portugal continental, Açores e Madeira.
A amostra contou com 228 estabelecimentos de ensino participantes, e foi a maior de todas as fases do COSI até ao momento.
O COSI Portugal está integrado no sistema europeu de vigilância nutricional infantil, no qual participam 43 países da Região Europeia da OMS, e constitui por excelência o estudo principal que disponibiliza dados de prevalência de baixo peso, excesso de peso e obesidade de crianças portuguesas dos seis aos oito anos de idade.
