“Consumir até” ou “antes de”: Como ensinar os mais novos? 1082

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) insta os cidadãos a sensibilizarem os seus filhos para o desperdício alimentar, ensinando-os como atuar perante a validade dos produtos antes de os consumir.

De acordo com a agência da União Europeia, o desperdício alimentar não acontece apenas dentro de casa, mas o papel de cada um pode fazer a diferença. De acordo com um estudo da Comissão Europeia, de 2018, “10% do desperdício alimentar na União Europeia está relacionado com a marcação da data nos produtos alimentares”. Em Portugal, por exemplo, são desperdiçadas cerca de 1 milhão de toneladas de alimentos por ano.

A campanha #EUChooseSafeFood, da ASAE e da EFSA, alerta para a pertinência que este conhecimento tem no desperdício alimentar. “Se o seu filho já sabe ler, um dos truques que lhe pode ensinar é muito simples”, lê-se em comunicado, uma vez que “as embalagens dos alimentos têm a resposta nos rótulos”.

Se numa embalagem encontrar “Consumir até”, o alimento não está próprio para consumo após o dia referido. Esta indicação está mais presente em alimentos frescos, como a carne, peixe ou lacticínios – “se o seu filho for ao frigorífico buscar um alimento com esta data, deve tê-la em atenção e mandá-lo fora quando ultrapassada”.

Estes produtos vão-se deteriorando ao longo do tempo, “tornando-se perigosos para a saúde do consumidor após esse período estabelecido”. Desta forma, “é necessário reter que quando lemos ‘consumir até’ devemos seguir a indicação para não correr o risco de adoecer”.

“Consumir de preferência antes de” tem outra conotação, refere a EFSA. Enquanto a primeira se refere à segurança do alimento, esta atenta à qualidade. Tal significa que, após a data indicada, o alimento pode ser consumido ainda que a textura ou o sabor possam estar alterados.

Por norma, encontra-se em produtos com uma maior durabilidade e que, após a data indicada, não têm necessariamente de ser desperdiçados. Assim sendo, quando bem conservados, estes alimentos podem ser consumidos sem deixarem as pessoas doentes.

Filipa Melo de Vasconcelos, subinspetora-geral da ASAE, reforça que “ao estarmos conscientes desta importante diferença, sabemos o que devemos deitar fora, quando o alimento representa um efetivo risco para a saúde, e o que ainda podemos consumir em segurança. Assim é possível adaptar os nossos hábitos diários para mitigar o desperdício alimentar defendendo com confiança a saúde de todos os que habitam connosco. É importante a sensibilização das crianças desde cedo para comportamentos seguros em relação à sua alimentação”, afirma.