Conceição Calhau elogia esforços de coordenação entre ON e tutela 1154

08 de janeiro de 2019

A nutricionista Conceição Calhau faz um balanço de 2018 tecendo elogios aos esforços de coordenação entre a Ordem dos Nutricionistas (ON) e Ministério da Saúde, colocando fortes expetativas para 2019 sobre a atuação da tutela.

 

Para a professora da Faculdade de Ciências Médicas da UNL, o ano de 2018 foi marcante no setor a nível nacional e a nível político. Foi um ano fundamental para a concretização de «esforços e trabalhos iniciados anteriormente, do muito envolvimento da ON e do Ministério da Saúde», declarou ao Portal Viver Saudável.

 

Conceição Calhau destaca em particular o trabalho do professor Fernando Araújo enquanto secretário de Estado Adjunto e da Saúde (SEAS), apontando o Despacho referente ao modelo de organização e funcionamento da Nutrição em núcleos/unidades/serviços de Nutrição no SNS e também o Despacho sobre a avaliação do risco de desnutrição aos doentes internados em estabelecimentos hospitalares do SNS. 

 

Nas declarações ao nosso portal, a nutricionista considera estes «dois marcos importantíssimos, só possíveis com um SEAS com uma sensibilidade para matérias da alimentação e da Nutrição» e vê positivamente a sintonia de prioridades da Ordem e do Ministério da Saúde.

 

Conceição Calhau ressalta igualmente a concretização da admissão de nutricionistas no SNS, com a aprovação política para a abertura de 40 vagas. 

 

Dados os acontecimentos do ano, as expectativas para 2019 para o setor «são muito elevadas sobre o novo elenco do Ministério da Saúde», esperando que não haja retrocessos nas medidas que contribuam para um SNS e não o fomentar do que Conceição Calhau considera como «sistema nacional da Doença» no seu posicionamento. Remata que «o trabalho na prevenção é obviamente o acertado».

 

A investigadora faz notar que 2018 revelou o impacto da taxação dos refrigerantes e afirma que «pudemos concretizar a satisfação de apurar indicadores que foram muito bons, o que aumenta a expectativa sobre medidas políticas futuras».

 

Recordando o panorama internacional da ciência, frisa que o ano ficou marcado por muitos avanços na área da Nutrição e do microbiota intestinal e o seu papel crucial na regulação do metabolismo. Para a nutricionista, 2018 evidenciou como a alimentação e os estilos de vida são fundamentais na regulação do microbiota intestinal e que esse deve ser o «target terapêutico», quer nutricional, quer farmacológico, a considerar no tratamento de patologias como diabetes, doença cardiovascular ou depressão. Tem, assim, expetativa para 2019 nos avanços do diagnóstico a este nível.

 

Em relação ao tema da perda de peso, destaca a publicação no “The Lancet Public Health” sobre as dietas low-carb e o risco associado. O ranking da revista “The Lancet” colocou Portugal numa posição de destaque no aumento da esperança média de vida entre os países desenvolvidos.