Em Vila Real, o combate à obesidade começa na sala de aula onde técnicos diagnosticam alunos do primeiro ciclo do ensino básico e, através do andebol, promovem a atividade física e reduzem comportamentos de risco.
O vice-presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, disse esta segunda-feira que o plano de intervenção na obesidade infantil através do andebol já abrange cerca de 85% dos 1.815 alunos que atualmente frequentam o primeiro ciclo do ensino básico da rede pública e privada do concelho de Vila Real.
Adriano Tavares, da Associação de Andebol de Vila Real, explicou que o programa “visa tentar diagnosticar nas escolas os alunos com problema de excesso de peso e obesidade”, cita a Lusa.
“Os nossos técnicos estão a aplicar um protocolo de testes que é o ‘pré FITescola’ e a ideia é, através do Andebol 4Kids, aumentar o número de estímulos semanais de atividade física das crianças e, com isso, formar os alunos para a adoção de hábitos saudáveis”, afirmou.
Adriano Tavares acrescentou que, através deste programa, se pretende intervir precocemente e, consequentemente, minorar um problema que se terá “agudizado durante a pandemia de covid-19”.
O programa reúne sinergias com o objetivo de recolher dados antropométricos e de hábitos alimentares e prática desportiva que permitam avaliar a condição física das crianças que frequentam o primeiro ciclo do ensino básico da rede pública e privada, assim como promover e sensibilizar as crianças e, sobretudo, os encarregados de educação para a importância dos hábitos de vida saudáveis, nomeadamente a prática de atividade física regular.
“Consegue-se assim criar um conjunto de sinergias naquilo que será a avaliação, ou seja, o diagnóstico do estado nutricional dos nossos alunos, e em função dessa avaliação perceber qual é o melhor encaminhamento e o tipo de prescrição que é desejável, seja naquilo que é a promoção do estilo de vida saudável, via prática do desporto, seja através do complemento de outras ações que possam ser necessárias ao nível do acompanhamento médico, com o apoio das unidades de saúde”, acrescentou Alexandre Favaios.
O vice-presidente salientou que o programa está disponível para todas as crianças que queiram participar.
“Percebemos que o nível de sedentarismo é maior na nossa população, também o é nas crianças. Percebemos que as novas tecnologias muitas das vezes estimulam hábitos menos saudáveis, percebemos hoje que as escolas também conseguem dar uma resposta e de forma lúdica e interessante”, salientou.
Assim, acrescentou, está-se a promover estilos de vida mais saudáveis e a diminuir a necessidade de recorrer aos cuidados de saúde.
“É um trabalho feito nas escolas porque percebemos que a formação é fundamental para nós mudarmos aquilo que é o nosso estilo de vida”, frisou Alexandre Favaios.
Armando Félix, diretor do Agrupamento de Escolas Diogo Cão, disse que os técnicos entram na sala de aula e trabalham em conjunto com os docentes e com a atividade física que faz parte do currículo do primeiro ciclo.
Realçou ainda que o projeto está efetivamente a promover a saúde e o bem-estar dos alunos.
Para além do município, o projeto envolve a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULSTMAD), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a Federação de Andebol de Portugal, Associação de Andebol de Vila Real, o Agrupamento de Escolas Diogo Cão, o Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, o Colégio João Paulo II de Vila Real, o Nuclisol Jean Piaget de Vila Real e o Colégio Moderno São José.