Ciência sem fronteiras: António Coutinho Science Awards seleciona novos candidatos – com o apoio da Merck Family Foundation 591

A 3ª edição dos “António Coutinho Science Awards” vai distinguir 3 das 27 candidaturas submetidas. Duas Bolsas foram atribuídas a estudantes de Cabo Verde e de Moçambique que vão desenvolver os seus projetos de investigação no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa e no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica. O Prémio, atribuído a um investigador moçambicano, vai permitir dar continuidade ao trabalho, agora no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC) da Universidade do Porto. Os três vencedores juntam-se agora aos 5 premiados das edições anteriores.

O programa revelou uma enorme diversidade de candidatos e de temáticas de projetos tendo recebido candidaturas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal. Todas as candidaturas foram analisadas por um júri composto por cientistas, representantes dos PALOP e de Portugal, doutorados em diferentes áreas da científicas e com experiência na seleção e acompanhamento de estudantes e cientistas.

O programa António Coutinho Science Awards, promovido pelo Centro Colaborativo do IGC, com foco na cooperação, capacitação e no desenvolvimento de investigação científica, tem relevado elevado impacto na carreira dos participantes e tem sido determinante para os impulsionar a persecução de uma carreira na área das ciências.

Atribuídos pela primeira vez em 2019, os António Coutinho Science Awards, resultam da parceria entre a Câmara Municipal de Oeiras e a Merck Family Foundation numa estratégia desenhada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência de democratização da ciência. Pretende ser um contributo determinante para o reforço da diversidade na comunidade científica e, segundo Mónica Bettencourt Dias, Diretora do IGC, “são uma oportunidade para dinamizar e fortalecer o percurso de investigação de cientistas e estimular o aparecimento de novas soluções para os problemas de toda a humanidade.” A 4ª Edição será lançada durante o primeiro trimestre de 2022.

Candidatos selecionados:

Bolsas

Érica Simão: Moçambicana, licenciada em Medicina Geral pela Universidade Católica de Moçambique, a frequentar o Mestrado em Saúde Publica e Desenvolvimento no IHMT. Propôs desenvolver o projeto “Eficácia do uso de Tenofovir+Lamivudina+Dolutegravir na supressão viral de pacientes em TARV há 12 meses” com a Dr.ª Ana Abecassis do IHMT. O projeto é relevante e necessário, podendo gerar dados que informem tomadas de decisão do ponto de vista médico no Hospital Militar de Maputo.

Tamar Monteiro: Cabo-verdiana, licenciada em Ciências Biológicas, a frequentar o Mestrado em Saúde Pública da Universidade de Cabo Verde. Propôs desenvolver o projeto “Avaliação da segurança microbiológica de águas residuais utilizadas em rega agrícola” no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, Projecto AgriWWAter, Food Safety and Microbiology Lab, Food & Health Division. O projecto tem uma componente com potencial de ter impacto ecológico e na saúde pública, podendo gerar dados que informem tomadas de decisão a nível de gestão de resíduos.

Prémio Científico

Sosdito Mananze: moçambicano doutorado em Engenharia Geográfica pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, docente na Escola Superior de Desenvolvimento Rural – Universidade Eduardo Mondlane, Director Adjunto para a Investigação e Extensão da Universidade Eduardo Mondlane, Escola Superior de Desenvolvimento Rural. Propôs desenvolver o projeto “Sistema de suporte a decisão baseado em Deteção Remota para a eficiência do uso de recursos na agricultura em Moçambique” Centro de Robótica Industrial e Sistemas Inteligentes do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC) da Universidade do Porto. O projeto dará continuidade ao trabalho desenvolvido durante o doutoramento e pretende ser uma prova de conceito para depois aconselhar a implementação do sistema de deteção remota em Moçambique. Sendo a agricultura em Moçambique vulnerável a desastres climáticos, o candidato propõe ser importante ter um sistema de monitorização, responsivo, que permitirá também a detetar atempadamente e prevenir focos de insegurança alimentar.