Cianobactérias marinhas com potencial para combate à obesidade – Estudo 2444

Os compostos das cianobactérias marinhas podem vir a ser utilizados no tratamento da obesidade e de outras doenças associadas ao metabolismo de lípidos, revela um estudo do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), no Porto.

O estudo intitula-se “Chlorophyll Derivatives from Marine Cyanobacteria with Lipid-Reducing Activities” e foi publicado na revista científica “Marine Drugs”. É concluído que dois compostos presentes nas cianobactérias marinhas podem vir a ser «úteis no tratamento da obesidade ou doenças relacionadas», lê-se numa notícia no site “dnoticias.pt”.

A fonte menciona citações de Ralph Urbatzka, investigador do CIIMAR e coordenador do projeto europeu Cyanobesity, à agência “Lusa” que informou que apesar dos dois compostos serem derivados da clorofila das cianobactérias, apenas um «era conhecido» pela comunidade científica. «Ambos são derivados da clorofila, mas o hydroxy-pheophytin a já é conhecido e está presente nos espinafres, couve e spirulina, o hydroxy-pheofarnesin é totalmente novo», continuou.

Depois de identificados, os dois derivados foram ensaiados tanto em larvas de peixe-zebra como em adipócitos de ratos e demonstraram ter «capacidade para reduzir os lípidos neutros». A investigação vai continuar porque ainda são necessários «vários ensaios toxicológicos» de forma à autorização da introdução e aprovação deste novo derivado em produtos de consumo humano. Ainda assim há «fortes indicações de que os compostos têm impacto na redução dos lípidos neutros».

Também à “Lusa”, Ralph Urbatzka adiantou que, tendo em conta a forte presença do hydroxy-pheophytin a em diversos produtos de consumo humano, a equipa pretende desenvolver nutracêuticos ou até “functional food”, já que são «mais fáceis de introduzir no mercado do que os fármacos». «A presença de hydroxy-pheophytin em materiais aprovados para o consumo humano, em particular na spirulina, vai permitir o desenvolvimento de um novo nutracêutico para o combate de obesidade no futuro», concluiu.

A investigação integrada no projeto europeu Cyanobesity que envolve instituições portuguesas, suecas, alemãs e islandesas, foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito da ERA-NET Marine Biotechonology.