O projeto “Técnicas de Imagem de Perfusão para Determinar a Viabilidade do Parênquima Cerebral em Doentes com Trombose Venosa Cerebral”, representado pela Dr.ª Sara Rosa, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, foi o grande vencedor a 5.ª Edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde.
A Trombose Venosa Cerebral (TVC) é um tipo menos comum de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que afeta, predominantemente, mulheres jovens. Com o tratamento atualmente disponível, cerca de 15% dos doentes morrem ou tornam-se dependentes, um terço sofre alterações cognitivas e 30% ficam incapazes de voltar ao trabalho nos 10 anos após o evento. O projeto vencedor pretende proporcionar mais esperança a estes doentes, através da deteção prévia dos doentes que têm maior potencial de responder à terapêutica endovascular, por via de técnicas de imagem de perfusão.
O tratamento endovascular no AVC arterial é considerado um caso de sucesso, mas no caso da TVC tem mostrado resultados inconsistentes, possivelmente pela inexistência de um método capaz de identificar os doentes com maior probabilidade de beneficiar desse tratamento endovascular.
Neste sentido, a equipa do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) propõe-se a desenvolver o primeiro estudo – e o maior realizado até à data – que visa avaliar o aporte, distribuição pelo tecido e posterior drenagem de sangue do parênquima cerebral, através de técnicas de imagem de perfusão, até aqui utilizadas com sucesso nos casos de AVC arterial, para a seleção de doentes para o tratamento endovascular.
O Prémio MSD de Investigação em Saúde vai permitir viabilizar um estudo em que serão seguidos 70 doentes, desde o diagnóstico de TVC e durante 90 dias. Serão realizados exames de imagem – ressonância magnética (RM) – e avaliação clínica, incluindo avaliação neuropsicológica.
Considerando que os resultados serão generalizáveis à população geral, a equipa prevê que as conclusões do estudo permitam o desenvolvimento de futuros modelos para seleção de doentes para a terapêutica endovascular, permitindo a melhoria do prognóstico de TVC.
Nesta edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde foram ainda distinguidos mais dois projetos, que receberam Menções Honrosas:
• “Predicting efficacy and toxicity of immune checkpoint inhibitors: a role for interleukin 7”, representado pela Dra. Inês Margarido, Médica Interna de Formação Específica em Oncologia Médica, da Faculdade de Ciências Médicas/NOVA Medical School.
• “NRF2 e sobrecarga de ferro no transplante alogénico de medula”, representado pela Dra. Rita Neto, Médica Interna de Formação Específica em Hematologia Clínica no IPO Porto e colaboradora do grupo Hematopoiese e Microambiente no i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto.
O Prémio MSD de Investigação em Saúde foi criado pela MSD Portugal, em 2019, e tem como propósito reconhecer e apoiar projetos inovadores, desenvolvidas por equipas constituídas por Médicos Internos e Especialistas, que apresentem potencial de impacto real na melhoria dos cuidados de saúde em Portugal.