CENS/CIP: Portugal tem de aumentar o investimento em Saúde 905

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O financiamento do Serviço Nacional de Saúde está aquém do necessário e as dívidas aumentaram 38,5 milhões de euros, refere o Conselho Estratégico Nacional da Saúde da CIP – Confederação Empresarial de Portugal.

A execução orçamental dos primeiros meses de 2021, publicada pela Direção-Geral do Orçamento (DGO), levanta “sérias preocupações sobre o financiamento do Serviço Nacional de Saúde, mesmo num ano tão marcado pela Covid-19”, afirma aquela entidade, num comunicado.

Em termos agregados, o SNS registou até fevereiro um défice de 62,9 milhões de euros, com a despesa a aumentar 11,3%, enquanto a receita tem um acréscimo marginal de 1,2%

“Se do lado da despesa a evolução é justificada e justificável pela atividade relacionada com a Covid-19 – Despesas com o Pessoal, meios complementares de diagnósticos, vacinas e testes, entre outros –, do lado da receita não há o mesmo esforço e o valor fica muito aquém do previsto no próprio Orçamento do Estado para 2021”, acrescenta o documento.

Além disso, garante o CENS/CIP, “As transferências orçamentais para o SNS não cobrem as necessidades decorrentes da situação pandémica e estão mesmo abaixo do orçamentado”.

Em resultado desta situação, em fevereiro de 2021 volta a registar-se um aumento dos pagamentos em atraso (dívidas por pagar há mais de 90 dias) do SNS em 38,5 milhões de euros.

No final, o CENS/CIP alerta: “O equilíbrio orçamental do SNS é essencial para o seu correto funcionamento. O subfinanciamento do SNS tem colocado em causa a sua resiliência e sustentabilidade e o problema é particularmente agudo num contexto de luta contra a pandemia e quando se sabe que os pressupostos de elaboração do OE2021 não previa uma situação sanitária tão grave este ano. Nestas circunstâncias, apela-se à apresentação de um Orçamento Suplementar para 2021 onde estejam devidamente contempladas as reais necessidades correntes do SNS e um plano para recuperar a atividade assistencial e reduzir as listas de espera, que se têm acumulado e penalizam gravemente o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde”.