Carne de laboratório entra no menu de alguns restaurantes até ao final do ano 910

 

 

05 de setembro de 2018

A empresa alimentar norte-americana Just está a desenvolver carne celular em laboratório, com a finalidade de criar uma alternativa à produção industrializada da carne. Este produto tem entrada prevista no mercado até ao final do ano, mas apenas em restaurantes com estrelas Michelin.

 

«A forma como produzimos carne hoje não é sustentável», declarou Vítor Espírito Santo, engenheiro biomédico e membro do projeto clean meat da empresa Just, explicando que, de acordo com as análises nutritivas já feitas aos produtos da empresa, a carne celular é “mais saudável” e livre de qualquer tipo de sofrimento animal.

 

Este processo iniciou-se com a extração de células da raiz de penas de Ian, uma espécie de galinha branca. Os cientistas multiplicaram esse volume de células vivas a partir de uma solução de nutrientes que inclui proteínas, açúcares e vitaminas, «simulando os processos normais de desenvolvimento de órgãos e tecidos nos próprios animais», explicou Vítor Espírito Santo.

 

Face aos custos avultados desta técnica, o grande obstáculo à comercialização da carne feita em laboratório, a empresa optou por substituir os componentes de origem animal do meio da cultura por proteínas e extractos de origem vegetal.

 

«Nesta fase estamos prontos para produzir células em grande quantidade e a um custo competitivo e podemos trabalhar em conjunto com a equipa de desenvolvimento de produto», concluiu Vítor Espírito Santo ao jornal “Público”.