A invasão da Rússia à Ucrânia já se faz sentir em Portugal em várias áreas, e chega agora aos bens alimentares, com os preços dos alimentos a dispararem, isto porque estes dois países são dois dos maiores fornecedores mundiais de cereais.
A esta situação junta-se ainda a seca e a crise energética. A conjugação destes fatores gerou uma subida descontrolada do custo de várias matérias-primas essenciais para a produção alimentar.
Os preços de vários produtos básicos poderão disparar entre 20% e 30% já nos próximos dias.
Segundo noticia esta sexta-feira o Expresso, que falou com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), já se equaciona o racionamento.
“O stock de alguns produtos, como a farinha para massas, é tão reduzido que daqui a um ou dois meses podemos ter de fazer racionamentos como aconteceu nos anos 70”, indicou o Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da CAP, ao Expresso.
De acordo com Eduardo Oliveira e Sousa, “estamos numa situação de emergência alimentar como não me lembro de se ter vivido. Assim, além de um aumento de preços, haverá carência de produtos, o que leva à especulação, que, por sua vez, leva a um novo aumento. É impossível saber até onde vai chegar a escalada”.
Também em declarações ao mesmo semanário, Gonçalo Lobo Xavier, vice-presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) indica que ainda não se registou ruturas na produção.
No entanto, afirmou que “há uma pressão de preços absolutamente inédita”. “Podemos ter no retalho um cenário idêntico às filas nas gasolineiras”, admitiu.