Todos os anos, em todo o mundo, mais de 500 mil pessoas sofrem uma lesão na coluna devido a causas evitáveis, como acidentes rodoviários, quedas, atividades lúdicas e desportivas e atos de violência. A propósito do Dia Internacional das Lesões da Coluna Vertebral, que se assinala todos os anos a 5 de setembro, a Campanha “Olhe Pelas Suas Costas” relembra que a maioria destas lesões podem ser evitadas.
“Uma das funções mais importantes da coluna vertebral é proteger a medula espinal. Quando esta sofre uma lesão, o doente perde funções motoras e de sensibilidade, podendo até ficar impossibilitado de mover os membros”, alerta Bruno Santiago, cirurgião e coordenador da Campanha “Olhe Pelas Suas Costas”.
Estas lesões podem acarretar consequências devastadoras, “não só a nível físico, como também mental, social, sexual e profissional. Associa-se ainda a estas o encargo económico, que é geralmente elevado, tanto para o doente, como para o Sistema Nacional de Saúde”, reforça.
Ainda assim, as pessoas nem sempre evitam as situações de risco, continuando a desvalorizar a prevenção, que neste caso é a principal forma de impedir uma consequência grave. É crucial perceber que ninguém está imune a estas lesões, que podem acontecer a qualquer pessoa e em qualquer lugar, e muitas vezes resultam de um descuido, uma má decisão, falta de cuidado ou até do desconhecimento. A prevenção é o primeiro passo para evitar sequelas e deve ser aplicada em todas as atividades do dia-a-dia.
Como tal, a Campanha “Olhe Pelas Suas Costas” deixa-lhe 6 conselhos fundamentais para evitar lesões preveníveis:
1) Cumpra o código da estrada: a prevenção passa também pelo cumprimento das regras do código da estrada, através do uso de cinto de segurança e cumprimento dos limites de velocidade, por exemplo, de forma a minimizar o potencial lesivo dos acidentes. Não use o telemóvel enquanto conduz!
2) Atenção aos mergulhos: as férias ainda não acabaram e o bom tempo ainda vai durar mais algumas semanas, mas atividades como mergulhos devem ser evitadas, principalmente no mar, numa piscina com pouca profundidade, rios e lagos com pouca visibilidade ou perante a presença de rochas, devendo sempre verificar-se a profundidade antes do mergulho;
3) Não ignore os sintomas: dor e rigidez no pescoço ou costas, alterações da sensibilidade, dor ao longo dos membros, perda de controlo da bexiga e dos intestinos são os principais sintomas de uma lesão;
4) Não desvalorize o traumatismo: após sofrer uma lesão na coluna vertebral, é essencial procurar ajuda especializada de imediato. A precocidade do tratamento tem impacto no resultado final;
5) Atenção aos membros mais idosos da família: nos doentes mais idosos, a elevada prevalência de osteoporose contribui para a fragilidade óssea da coluna vertebral. Como tal, deve ser feito o tratamento adequado desta patologia. Além disto, também nesta faixa etária regista-se, geralmente, dificuldade de locomoção. Devem, por isso, ser prevenidas as quedas através da remoção de obstáculos que as possam promover, como carpetes e degraus, e do uso de auxiliares de marcha, como a canadiana ou o andarilho;
6) Fortaleça os seus músculos: quando os músculos estão devidamente trabalhados, são eles que fazem o esforço, evitando que a sobrecarga recaia sobre os ligamentos. Além disto, os alongamentos ajudam a aumentar a flexibilidade da região abdominal e lombar, ampliando os movimentos e evitando o esforço das estruturas da coluna. Pratique exercício físico!
O Dia Internacional das Lesões da Coluna Vertebral foi criado pela International Spinal Cord Society (ISCoS) em 2016. Este ano, o mote desta efeméride são as dificuldades das pessoas com lesões na coluna e que vivem em áreas de conflito. O objetivo desta campanha internacional passa por sensibilizar a população para as consequências destas lesões e promover a melhoria dos programas de prevenção em todo o mundo.