Deteção precoce da doença é fundamental para um acompanhamento e tratamento mais eficazes.
Lisboa, 20 de junho de 2023 – Para assinalar o Dia Internacional de Sensibilização para a Escoliose, que este ano se celebra no dia 24 de junho, a campanha Josephine explica a Escoliose alerta para o impacto que esta patologia pode ter na autoestima das crianças e jovens diagnosticados com esta doença.
A escoliose caracteriza-se por ser a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes, sendo mais comum a partir dos 10 anos e mais frequente no sexo feminino, já que oito em cada 10 casos dizem respeito a raparigas.
A escoliose é uma doença que pode ter várias causas, no entanto, mais de 70% dos casos diagnosticados não apresentam nenhuma razão conhecida. Ainda assim, é fundamental que os pais e os educadores estejam atentos aos primeiros sinais de alerta, procurando ajuda junto do médico de família ou do pediatra, como forma de chegar a um diagnóstico precoce.
A existência de uma diferença de altura entre os ombros, o descair de um dos lados da cintura ou a identificação de uma proeminência da caixa torácica são alguns dos sinais a ter em conta.
O diagnóstico atempado, o tratamento adequado – que pode passar pela utilização de um colete de correção ou, em casos mais complexos, a realização de uma cirurgia à coluna – e a partilha de informação sobre os riscos desta patologia são instrumentos fundamentais para minimizar o impacto da escoliose na vida de uma criança e/ou jovem. Formas mais leves de escoliose podem causar um leve desconforto. Nas formas intermédias, provoca uma deformidade em forma de “S”, claramente visível aos olhos e, nas formas mais graves, os doentes apresentam dores crónicas, órgãos internos afetados pela diminuição de espaço, que podem levar a uma diminuição da esperança média de vida.
Há ainda outra consequência – o impacto na autoestima – que muitas vezes não é abordada e parece secundária, mas que, aos dias de hoje, com o exponencial crescimento e alcance das redes sociais, ganha outra dimensão. Nove em cada 10 jovens afirma já ter tido contacto com conteúdos de beleza tóxicos, que geram consequências na sua autoestima1. Sendo a escoliose uma doença que afeta a imagem corporal, fazendo com que esta não corresponda aos padrões de beleza generalizados e que são ainda potencializados nas redes sociais, pode gerar-se uma perceção negativa do corpo. Por vezes, este problema junta-se a outros complexos já normais destas idades de mudança e que pode ter um forte impacto negativo na autoestima e na saúde mental das crianças e jovens.
Segundo o Dr. João Lameiras Campagnolo, médico ortopedista no Hospital Dona Estefânia e coordenador da campanha Josephine explica a Escoliose, “As crianças e jovens que não recebem o tratamento adequado e atempado, vão sentir as consequências ao longo da sua vida. É, por isso, fundamental a união de esforços de pais, encarregados de educação e corpo docente, para que se consiga identificar os sinais, contribuindo para o diagnóstico precoce.”
1 DOVE. Jovens mais confiantes serão adultos mais felizes. 2020 Out.