Cabaz de bens alimentares essenciais está 53 euros mais caro que em janeiro de 2022 1169

O cabaz alimentar com 63 bens essenciais monitorizado pela Deco Proteste há dois anos revela que hoje os portugueses pagam cerca de 53 euros a mais em comparação com janeiro de 2022.

De acordo com o estudo semanal da Deco, durante a semana de 10 a 17 de janeiro deste ano, o cabaz de bens essenciais situou-se nos 240,99 euros. Ou seja, alcançou o segundo valor mais alto em dois anos, que apenas é superado pela semana anterior (entre os dias 03 e 10, com um recorde de 243,79 euros).

No dia 19 de janeiro de 2022, o mesmo cabaz custava 187,56 euros, menos 53,43 euros que na análise registada na última semana. O novo ano trouxe consigo um aumento considerável dos preços, que até então encontravam no dia 15 de março de 2023 o seu auge (234,84 euros).

A comparação semanal permite compreender que a introdução do IVA Zero em 2023 teve um efeito positivo na carteira dos portugueses, ao fazer descer os preços, sem que, contudo, alguma vez fosse alcançado um valor inferior a 2022. Ainda assim, os preços dispararam em outubro e novembro, antes de a medida excecional terminar, algo que apenas aconteceu no dia 05 deste ano.

Massa, alface e cereais mais caros

Entre os dias 10 e 17 de janeiro de 2024, a massa em espirais foi o produto que mais subiu, com um aumento de 8%, traduzido em 11 cêntimos. Seguiu-se a alface frisada, com um aumento de 6% (18 cêntimos) e os flocos de cerais, que hoje custam mais 13 cêntimos, com um aumento de 6%. A maçã-galã, a cebola, os douradinhos de peixe e o bife de peru também viram os seus preços aumentar.

Quando se comparam os mesmos produtos, mas numa perspetiva anual, o azeite virgem extra foi indiscutivelmente o produto cujo preço mais aumentou. A 18 de janeiro de 2023 custava menos 5,16 euros que hoje, onde o valor subiu 87%. As salsichas frankfurt (50%, 66 cêntimos) e a cebola (32%, 45 cêntimos) completam o pódio.

“A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar”, explica a Deco, sem esquecer as consequências da pandemia e da seca que já se faziam sentir.