Brasil e FAO assinam acordos para reforçar cooperação no domínio da agricultura 1870

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu, assinou acordos de cooperação com o Governo brasileiro sobre financiamento, pesquisa e produção agrícola.

Os acordos foram firmados durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, a quem Qu Dongyu elogiou a luta contra a fome e a insegurança alimentar empreendida pelo Governo brasileiro do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo Qu, o Brasil, um dos maiores produtores mundiais de alimentos, manterá a tradição de ser “solidário” e “parceiro” de outras nações em desenvolvimento nos próximos anos, aproveitando as suas presidências do G20, que decorrerá até ao final de 2024, e dos BRICS, fórum de que faz parte juntamente com a Rússia, Índia, China e África do Sul, que ocupará em 2025.

“O Brasil tem muito a compartilhar e uma nobre missão nos próximos anos. Vamos trabalhar juntos, como um grande time, para essa missão global”, frisou, citado em comunicado do Governo brasileiro.

Um dos documentos assinados hoje aponta para a criação de um Centro Brasil-FAO, cujo objetivo será promover a cooperação trilateral no eixo Sul-Sul.

“Com foco na promoção da segurança alimentar, nutrição e sistemas agrícolas sustentáveis em nível global, o centro terá como foco o compartilhamento de experiências e políticas que tenham produzido resultados concretos”, disse Mauro Vieira.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro considerou a parceria com a FAO “um passo importante” para aumentar a produtividade agrícola, promover a bioeconomia e o desenvolvimento sustentável no Brasil e no resto da América Latina.

Durante a sua visita ao Brasil, Qu Dongyu visitou também na segunda-feira o centro de recursos genéticos e biotecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que se dedica a promover a inovação em sistemas agrícolas e a eficiência das culturas.

Segundo Dongyu, alguns dos recursos que o país possui podem ser partilhados com outros países “para tornar a produção global de alimentos mais eficiente, inclusiva, resiliente e sustentável”, e contribuir para “uma melhor proteção, nutrição e vida”.

Durante a cerimónia, o diretor da FAO assinou outros acordos de cooperação com o Ministério da Integração, o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazónia (Sudam) e o SEBRAE, uma organização que apoia micro e pequenas empresas no Brasil.

Em relação a esta parceria na Amazónia, o superintendente da Sudam, Paulo Rocha, destacou, em comunicado, que o acordo com a FAO “não é vista apenas sob a ótica da preservação ambiental, mas também como um celeiro de desenvolvimento social e humano, a partir do combate à pobreza e à fome”,

“A nossa região tem potencial para ser uma grande produtora de alimentos para o mundo, devido à sua biodiversidade às riquezas que brotam da terra”, destacou.