Bombas de insulina: “É uma notícia fantástica, mas as pessoas não podem esperar” 1219

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) congratula-se com a decisão anunciada esta manhã pelo Ministro da Saúde, mas pede uma resposta mais ágil e imediata. Em causa está a petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, entregue a 14 de novembro de 2022 e cujo debate está marcado para a reunião plenária da Assembleia da República de dia 1 de junho, a partir das 16 horas.

“Esta é uma notícia fantástica, mas a verdade é que as pessoas não podem esperar mais. Apelamos a que o Sr. Ministro reconsidere os prazos, tornando todo o processo mais rápido e ágil!”, pede José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “O sistema de distribuição existente nas farmácias é sem dúvida o mais controlado, ágil e de fácil acesso e com possibilidade de integrar a inovação com maior rapidez”.

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou esta manhã a criação de um programa para o tratamento com as bombas de insulina de última geração para as 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 e indicação para a sua utilização. Segundo o despacho assinado pelo ministro da Saúde, este programa de acesso universal será aplicado até 2026.

“O tempo de reflexão foi importante, é agora necessária resposta, pelo que a discussão e a clarificação de regras devem ser acompanhadas por uma ação real e imediata. A discussão dura há demasiado tempo e as crianças, os jovens e os adultos com diabetes tipo 1, bem como as suas famílias, não devem ter de esperar mais para ganharem qualidade de vida”, remata em comunicado.

No dia 14 de novembro de 2022, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP entregou na Assembleia da República uma petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que juntou cerca de 25 mil assinaturas. A APDP propôs ainda aos grupos parlamentares um aditamento ao Orçamento de Estado de 2023 para a comparticipação de 100% de mais dispositivos automáticos de insulina para pessoas com diabetes tipo 1.

No seguimento desta ação, o Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a comparticipação e as condições de alargamento do acesso aos novos dispositivos. Esta comissão terminou o seu trabalho e apresentou as propostas de estratégia para a disseminação da utilização destes dispositivos e, até ao momento, estava apenas em falta a decisão do Ministro da Saúde.

Governo cria programa para acesso universal a bombas de insulina de ultima geração

Em Portugal, “calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5.000 das quais serão crianças e jovens”. Esta é uma doença crónica causada pela destruição das células produtoras de insulina, que obriga ao tratamento com insulina desde o momento do diagnóstico e durante toda a vida.

Estes dispositivos são, atualmente, o que mais se assemelha ao funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais. São comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos.