Bolsas Mais Valor em Saúde distinguem quatro projetos do SNS baseados em Value Based Healthcare 748

Bolsas Mais Valor em Saúde distinguem quatro projetos do SNS baseados em Value Based Healthcare

Lisboa, 01 de julho de 2021: O júri já selecionou os vencedores das Bolsas “Mais valor em Saúde – Vidas que Valem”, uma iniciativa que reconhece projetos apresentados por entidades do Serviço Nacional de Saúde e que, nesta sua primeira edição, recebeu 27 candidaturas e distinguiu 4 projetos que serão financiados com bolsas no valor individual de €50.000,00, constituídas por horas de apoio especializado à execução de cada projeto vencedor a prestar pelos parceiros Exigo e IASIST.

O Programa “Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem”, que conta com o apoio institucional da Ordem dos Enfermeiros, da Ordem dos Farmacêuticos e da Ordem dos Médicos, pretende apoiar a implementação de projetos nos Hospitais do SNS que visem introduzir nas suas estruturas as alterações necessárias à melhor alocação de recursos em saúde nos hospitais e unidades do SNS.

Os projetos que conquistaram as quatro Bolsas “Mais valor em Saúde – Vidas que Valem” foram selecionados por um Júri composto por personalidades de reconhecido mérito, experiência profissional e/ou académica presidido pela Dr.ª Maria de Belém Roseira, ex-ministra, e que conta com o Dr. Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, a Prof. Dr.ª Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, a Enf.ª Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, o Dr. Alexandre Lourenço, Presidente da APAH, o Prof. Pedro Pita Barros, Economista da Saúde e Professor da Universidade Nova de Lisboa e a Drª Vera Arreigoso, jornalista especialista em temas da saúde.

O programa “Mais Valor em Saúde – Vidas que Valem”, é uma iniciativa da APAH, da Exigo, da Gilead e da IASIST.

De entre as 27 candidaturas, foram selecionados os seguintes projetos vencedores:
• Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Avaliação de Úlceras Por Pressão (UPP) Em Contexto Domiciliário com Recurso à Imagem Digital/Dispositivo Móvel
Objetivos Sumários: Implementar melhorias no procedimento de avaliação de UPP, no domicílio com recurso a dispositivo móvel/app e a integração desta informação, como forma de obter resultados no processo de cicatrização destas feridas crónicas multifatoriais e na utilização e gestão dos recursos existentes para o tratamento e consultadoria de profissionais peritos na área de gestão e tratamento de feridas.
Avaliação do procedimento de recolha de imagem (efetividade, qualidade, segurança e interoperabilidade) e do processo de cicatrização das UPP (efetividade, rigor, implicações no plano de tratamento, recurso à consultadoria, redução do tamanho da UPP em 3 meses e em 1 ano, % de UPP cicatrizadas, diminuição na referenciação para UCC e no tempo de permanência em UCC) pelos elementos do projeto.

• Unidade Local de Saúde de Matosinhos – Unidade De Medicina De Proximidade ‐ Ump
Objetivos Sumários:
‐ Dispensar do internamento convencional doentes com situações clínicas que carecem de investigação diagnóstica expedita e que, não havendo agilidade em ambulatório, precisam de ser internados (representam até 15 a 20% dos internamentos).
‐ Manter capacidade de diagnóstico semelhante ou superior à do internamento convencional,
em espaço de tempo pelo menos igualmente curto.
‐ Reduzir custos associados ao internamento hospitalar convencional.
‐ Melhorar a satisfação dos doentes comparativamente com o internamento convencional.
As métricas a utilizar serão:
‐ Tempo desde a referenciação até à marcação da primeira consulta.
‐ Taxa de diagnóstico definitivo e provável e Tempo até ao diagnóstico.
‐ Número de internamentos convencionais de Medicina Interna (comparação com período
homólogo prévio).
‐ Avaliação dos custos por doente avaliado na Unidade de Diagnóstico Rápido (UDR) e Avaliação da satisfação dos doentes.

• Hospital De Santa Marta ‐ Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central – Monitorização Remota Na Prevenção Da Descompensação Da Insuficiência Cardíaca – More Card
Objetivos Sumários: Este projeto visa a formação de uma Unidade Ambulatória de Monitorização Remota Cardíaca, que pretende integrar a monitorização à distância realizada através da transmissão de sinais vitais, dados de Cardioversores-Desfibrilhadores Implantáveis (CDI) e Terapêutica de Ressincronização Cardíaca (TRC) e pressão na artéria pulmonar num só setor que inclua todos os equipamentos e profissionais necessários, com a dimensão e recursos adequados. A equipa será constituída por técnicos de cardiopneumologia e enfermeiros com formação especializada nesta área, que serão responsáveis pela monitorização regular dos parâmetros transmitidos e que reportarão as alterações significativas à equipa médica, que fará o contacto com os doentes e tomará as orientações terapêuticas e de seguimento necessárias para estabilização da situação clínica. Muitas destas alterações clínicas poderão ser resolvidas no domicílio ou, em alguns casos, por uma breve intervenção em regime de hospital de dia da Insuficiência Cardíaca (IC), também em funcionamento neste serviço hospitalar. O desempenho do projeto será monitorizado através de métricas de avaliação baseadas em medição de valor em Saúde. Desta forma, serão recolhidos: Indicadores clínicos e reportados pelos doentes relevantes, nomeadamente: Sintomas, Variação de parâmetros, Qualidade de vida, Avaliação geral do doente da experiência de utilização do equipamento, Grau de satisfação do doente; Indicadores de custo relevantes, no período de seguimento destes doentes: Nº readmissões hospitalares reduzidas; Nº consultas sem agendamento reduzidas; Nº hospitalizações por IC reduzidas; Duração das hospitalizações; Taxa de mortalidade; Nº telefonemas da enfermagem e registo do tipo de intervenção remota. Na presença de um dos critérios de alarme, a equipa de enfermagem contacta os doentes no próprio dia. Após toda a informação ter sido colhida é informada a equipa médica que tomará decisões clínicas de acordo com os parâmetros individuais do dispositivo que estão alterados e segundo protocolo.

• Unidade Local De Saúde Do Alto Minho – Dor Crónica: O Doente No Centro Da Relação Hospital – Cuidados De Saúde Primários
Objetivos Sumários:
a) Ser replicável em qualquer local que inclua pelo menos um médico de MGF com formação específica na área da dor, integrado numa equipa constituída ainda por um enfermeiro e um secretário clínico;
b) Promover a descentralização dos cuidados hospitalares;
c) Promover ações de formação em Dor Crónica integrada CSP‐UTD;
d) Abrir canais de comunicação para consultadoria pelos médicos da Unidade Terapêutica da Dor,
incrementando a proximidade entre os diferentes níveis de cuidados;
e) Permitir a seleção correta dos doentes que necessitam de intervenção a nível hospitalar, potenciando uma referenciação rápida e eficaz para a consulta hospitalar;
f) Garantir aos doentes da UTD posterior seguimento de cuidados pela equipa especifica ou de saúde familiar, permitindo alta segura da consulta hospitalar, o que se traduz em consequente melhoria da acessibilidade por parte dos cuidados hospitalares e simultaneamente potencia a capacidade de diferenciação da UTD (que lhe permitirá oferecer mais e melhores opções terapêuticas aos seus utentes).
Com este projeto, será possível criar uma nova e eficaz resposta para o tratamento das pessoas que sofrem com dor crónica, estimando‐se que venha a garantir os seguintes ganhos em saúde:
a. Melhoria da Qualidade de vida do cidadão com dor crónica e seus cuidadores;
b. Melhoria do grau de satisfação dos utentes e cuidadores;
c. Reduzir os custos diretos e indiretos em saúde;
d. Adequar critérios de referenciação bidirecionais entre Cuidados Primários e Cuidados
Hospitalares.
A criação de um modelo inovador de abordagem clínica da dor crónica, multidisciplinar, interativo e abrangente, permitirá melhorar o diagnóstico e seguimento da pessoa com Dor crónica ao nível dos CSP, permitirá a construção de uma rede de referenciação integrada de Dor, com consequentes ganhos em saúde para o doente e para o Serviço Nacional de Saúde.