Na sequência do apelo feito pela Cord Blood Association (CBA) para ajudar os colaboradores de dois bancos de tecidos e células estaminais sediados em Kiev, na Ucrânia, o laboratório de criopreservação português BebéVida vai contribuir, doando 10€ por cada adesão ao seu serviço de criopreservação até ao final do mês de março.
Na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia, dois bancos de células estaminais membros da CBA sediados na capital da Ucrânia recentemente pediram apoio através da associação para proteção das instalações e das pessoas que nelas trabalham por se encontrarem em perigo.
O pedido de ajuda foi publicado no website do CBA, onde se podem ler variadas mensagens e relatos de representantes de bancos de criopreservação na Ucrânia. “O grupo Hemafund emprega mais de 150 especialistas altamente qualificados, a maioria mulheres com famílias e filhos”, disse Yaroslav Issakov, porta-voz do banco, referindo que “a guerra destruiu as suas vidas e roubou a paz dos seus filhos”. Yaroslav mencionou que “a nossa segurança foi reforçada e o pessoal que podemos proteger está alojado nos locais o mais seguros possível”.
Questionado sobre a forma como os membros da comunidade do sangue do cordão umbilical podem dar resposta à crise humanitária, Yaroslav respondeu “apoio financeiro”, explicando que “iniciámos o Bank of Life Charitable Fund usando-o para assistência direcionada às famílias dos nossos colegas que estão em fuga, bem como àqueles que permaneceram na Ucrânia e estão ativamente envolvidos na defesa de nossa terra”. “Precisamos desesperadamente de doações dos nossos amigos e colaboradores profissionais”, rematando “imploramos, não nos abandonem agora.”
No apelo partilhado pela CBA, um representante do Instituto de Terapia Celular, relata que, nestes tempos difíceis, os seus colaboradores estão a fazer tudo o que é possível para entregar e processar o biomaterial, assim como manter o armazenamento de criopreservação. “O crioarmazenamento está estrategicamente localizado na base da maternidade. A eletricidade é fornecida por uma linha separada e é independente. Temos uma reserva de nitrogênio para quatro meses”, explica acrescentando que “alguns clientes estão a tentar levar o seu biomaterial armazenado para o exterior e também ajudamos nesse processo”, disse.
Sensibilizada pelo apelo chegado da Ucrânia, a BebéVida, banco português de tecidos e células estaminais, decidiu apoiar a causa. “Numa altura tão delicada como esta, sentimos que não podíamos ficar indiferentes. Sentimos que tínhamos o dever de ajudar os nossos colegas de um país que necessita tanto do nosso apoio”, afirmou Luís Melo, administrador do laboratório. Assim, por cada adesão à criopreservação deste banco, registada até ao final de março, 10€ reverterão na totalidade para o fundo.
Passadas três semanas desde o início da invasão russa à Ucrânia, mais de 3 milhões de ucranianos fugiram do país, segundo a agência de refugiados das Nações Unidas.