BE quer nova lei de bases da Saúde em 2018 para SNS público e gratuito 833


04 de janeiro de 2017

O Bloco de Esquerda anunciou hoje que vai propor a criação de uma nova lei de bases da Saúde para garantir o acesso universal e integralmente gratuito e mais investimento público no setor.

Numa declaração política no parlamento, o deputado Moisés Ferreira disse que o BE «apresentará proposta, na Assembleia da República, para construir uma lei de bases que feche as portas aos negócios» e «abra a porta a um novo Serviço Nacional de Saúde integralmente público», citou a “Lusa”.

«Uma nova lei de bases que expurga as parcerias público-privadas, verdadeiros sorvedouros de dinheiro público, do nosso SNS. Uma lei que separa o público do privado, que acaba com a promiscuidade», defendeu Moisés Ferreira.

Para o BE, 2018 deve ser o ano em que «se começa a recuperar o Serviço Nacional de Saúde dos longos anos de suborçamentação e dos longos anos de subfinanciamento» e do «mal que o PSD e o CDS-PP lhe fizeram» quando fecharam serviços e mandaram embora «milhares de profissionais».

«Quando temos falta de profissionais nos serviços de saúde, quando se espera horas nas urgências e há hospitais a internar os doentes em macas por causa da sobrelotação das enfermarias, então temos quase tudo por fazer», disse.

Num pedido de esclarecimento, o deputado do PS António Sales defendeu que a atual maioria está a «trabalhar para melhorar o acesso dos portugueses ao Serviço Nacional de Saúde», advertindo para «o problema da sustentabilidade» do sistema.

«Respeitamos a máxima universal do Serviço Nacional de Saúde universal e tendencialmente gratuito», disse.

Pelo CDS-PP, a deputada Isabel Galriça Neto disse que o partido está «disponível para melhorar a saúde dos portugueses mas não para a demagogia e para ocultar o que se passa hoje no Serviço Nacional de Saúde».

«Dois anos e meio depois de empossado este governo, é o governo anterior que é culpado pelos doentes em espera nas urgências, doentes em massa com recusa de internamentos com dias, por falhas no INEM?», questionou a deputada.

Do lado do PCP, a deputada Carla Cruz atacou o PS por «não se libertar dos constrangimentos externos, da dívida, do euro e do cumprimento do défice», considerando que aquelas opções estão a limitar o investimento público na saúde.

Já o deputado do PSD Luís Valles considerou que a proposta do BE constitui uma «deriva» e criticou o atual Executivo PS pelo «caos nas urgências dos hospitais do SNS», recusando a «conversa da estatização».