Bastonária reforça papel do pequeno-almoço com fruta 1941

Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, em declarações à Lusa a propósito do resultado de um estudo sobre o que as crianças comem ao pequeno-almoço, defende que as crianças devem tomar diariamente um pequeno-almoço que inclua fruta, naquela que é a primeira refeição do dia.

O estudo indica que 99,6% das crianças inquiridas tomam o pequeno-almoço em casa, e a maior parte com leite e pão ou cereais com leite. Apenas 17% come fruta nesta refeição.

“O pequeno-almoço deve integrar vários grupos de alimentos (…) e a fruta deveria estar presente no pequeno-almoço de todas as crianças”, afirmou a bastonária.

Esta investigação indica que mais de metade das crianças abrangidas (57,2%) bebe leite ao pequeno-almoço, 47,2% come pão e 31,3% cereais. O consumo de fruta é mais frequente nas crianças cujo pequeno-almoço habitual é apenas leite simples (22% dessas crianças come fruta).

Nos casos em que a opção são os cereais (22,4% nas crianças dos 3 aos 5 anos e 36,3% dos 6 aos 10 anos), habitualmente mais rápidos de preparar, “exigem mais literacia dos pais”.

“Isto exige mais atenção e mais literacia porque nos cereais há uma panóplia tão grande que é preciso os pais conhecerem o alimento. Temos cereais encharcados de açúcar e sal, como temos cereais de pequeno-almoço com pouco açúcar, sem sal e até com cereais integrais. É preciso saber olhar para o rótulo e saber escolher”, afirmou Alexandra Bento.

A bastonária lembra que o pequeno-almoço é uma refeição muito importante, que deve rondar 20 a 25% do valor energético do dia da criança, com 300 a 400 calorias, num conjunto de alimentos dos diferentes grupos, e que para isso é preciso ter famílias conscientes e atentas a esta refeição.

O estudo mostra também que a maioria dos pais/cuidadores inquiridos atribui importância máxima, numa escala de 1 a 6, ao pequeno-almoço no que diz respeito à saúde (81%), crescimento (79%) e atenção/concentração da criança (74%). Esta última variante é mais valorizada nos pais de crianças entre os 6 e os 10 anos de idade.

Este estudo foi elaborado por uma empresa de consultoria científica na área da saúde entre abril e junho deste ano. Incluiu inquéritos presenciais a 1.086 pais/cuidadores de crianças, dos três aos 10 anos de idade, em Portugal continental e na Madeira.