Autismo: tratamento com sangue do cordão umbilical melhora os níveis de comunicação, socialização e inteligência não verbal 633

Os resultados de um estudo publicado recentemente mostram que o uso de sangue do cordão umbilical para tratar crianças diagnosticadas com autismo pode melhorar os seus níveis de comunicação, socialização e inteligência não verbal. O estudo foi liderado pela Dra. Joanne Kurtzberg, da Duke University nos EUA, especialista que se dedica há décadas a estudar o potencial das células estaminais do sangue do cordão umbilical.

A primeira fase deste estudo envolveu 25 crianças com autismo com idades entre os 2 e os 6 anos, tendo como objetivo mostrar não só a segurança do procedimento como a eficácia na melhoria de, pelo menos, um dos sintomas associados ao autismo. Foi lançado o ensaio clínico de Fase II, que envolveu 180 crianças diagnosticadas com esta doença.
De forma a obter resultados mais robustos, estas crianças foram divididas em dois grupos distintos:
• O primeiro grupo foi num primeiro momento, sujeito ao tratamento com o sangue do cordão umbilical;
• O segundo grupo foi sujeito ao efeito placebo.

Após 6 meses estes grupos trocaram de posição. No grupo sujeito ao tratamento foi feita uma subdivisão pois algumas crianças foram infundidas com o sangue do cordão umbilical (autólogo) colhido no momento do parto e outro grupo foi infundido com sangue do cordão de dador (alogénico).

As conclusões do estudo apontam para uma melhoria dos índices compostos de socialização e comunicação das crianças após a infusão com sangue do cordão umbilical. Foi também demonstrado que os resultados mais exuberantes em termos de melhoria dos índices de comunicação e socialização se verificou em crianças entre os 4 e os 7 anos de idade e com o coeficiente de inteligência não verbal (NVIQ) superior a 70. Durante o ensaio clínico de fase II o registo de reações adversas foi residual e sem grande severidade.

A Dr.ª Joanne Kurtzberg, responsável pelo estudo, efetuou em 2010 o transplante de sangue do cordão de uma menina portuguesa com Paralisia Cerebral cuja amostra se encontrava criopreservada na BebéVida, que se dedica à criopreservação de células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical de recém-nascidos.

João Sousa, Diretor de Qualidade da BebéVida explica “O ano passado tivemos o privilégio de dar a conhecer as nossas instalações e laboratório à Dr.ª Joanne, com quem esperamos vir a trabalhar mais vezes em projetos de investigação futuros. Na BebéVida estamos continuamente a apostar em investigação e inovação e empenhados em descobrir as diversas utilizações e benefícios que a criopreservação de células estaminais, do sangue e do tecido do cordão umbilical, podem ter no tratamento das mais variadas patologias.”

Na publicação dos resultados, foi também anunciada a realização de mais um estudo para o tratamento de 164 crianças com diagnóstico de autismo, através de células estaminais mesenquimais isoladas a partir do tecido do cordão. Estas crianças, já sujeitas a tratamento com sangue do cordão, serão ainda alvo de teste com as células isoladas a partir do tecido do cordão umbilical.