O ‘Barómetro da Oftalmologia’ um inquérito realizado a nível global, pela Bayer, que conta com a participação de doentes e profissionais de saúde nas áreas da retinopatia diabética (RD) e edema macular diabético (EMD), revela a necessidade de aumentar o tempo entre tratamentos, sem comprometer a perda da acuidade visual, como um dos principais desafios na gestão da terapêutica. Estes dados são partilhados por antecipação ao Dia Mundial da Visão que se assinala a 12 de outubro.
O inquérito contou com o contributo de 311 questionários dirigidos a doentes com diabetes em Portugal e seus profissionais de saúde, através da colaboração de quatro Centros Hospitalares e Clínicas. Em Portugal, mais de um milhão de pessoas até aos 79 anos tem diabetes e destas 300.000 tem retinopatia diabética, a principal causa de cegueira em Portugal.
Dados deste inquérito revelam que metade dos doentes com diabetes nunca consultaram um médico oftalmologista ou foram sujeitos a um rastreio oftalmológico. Estes resultados demonstram a necessidade de um maior acompanhamento e referenciação de doentes com diabetes no que respeita à sua visão.
De entre os principais desafios identificados pelos doentes com EMD, neste inquérito, 38,1% consideram que outras comorbilidades dificultam o tratamento, sendo que 41,2% consideram que a perda de visão dificulta o seguimento médico. Já nos doentes com RD, 44,4% consideram os tempos de espera muito longos e o tratamento demasiado frequente, com o transporte até à clínica a ser um entrave.
No que respeita aos oftalmologistas, 96% consideram o tratamento demasiado frequente, e 76% concordam que a fraca adesão ao tratamento durante o primeiro ano é um desafio.
Quanto a possíveis soluções que podem melhorar a qualidade de vida dos doentes com EMD, 70% dos doentes são a favor da integração dos cuidados relacionados com diabetes num único centro e 68% gostariam de ter um profissional responsável pela gestão das suas consultas. No que diz respeito aos doentes com RD, 78% gostariam que a clínica enviasse lembretes sobre a data e hora da sua consulta.
Do lado dos profissionais de saúde, 92% dos oftalmologistas consideram que um tratamento precoce e intensivo no primeiro ano gera melhorias na acuidade visual dos doentes, com todos os oftalmologistas a considerarem importante aumentar o tempo entre tratamentos sem perda de acuidade visual.
Resultados mais detalhados deste inquérito serão apresentados no 66º Congresso Português de Oftalmologia, da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, que se realiza entre o dia 30 de novembro e o dia 2 de dezembro deste ano.
