A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Direção-Geral do Consumidor (DGC) lançaram recentemente um novo Guia para Influenciadores Digitais, com o objetivo de ajudar os criadores a produzir bons conteúdos relativamente a substitutos do leite materno e a alimentos em ambiente digital.
De acordo com o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), este guia surge “tendo em conta a importância da alimentação nos primeiros 1000 dias de vida, que determina em grande parte a saúde e os gostos e preferências na vida adulta”.
De igual forma, um estudo da DGS com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que “cerca de 58% das mulheres grávidas e mães de crianças pequenas avaliadas estiveram expostas a anúncios publicitários digitais relacionados com a promoção de substitutos do leite materno e de alimentos para bebés”.
O marketing digital e de influência é cada vez mais utilizado pelos operadores económicos do setor alimentar. Assim, a probabilidade da exposição a conteúdo publicitário “permite a utilização de estratégias de marketing mais persuasivas e por isso mais capazes de influenciar o comportamento das jovens mães a famílias”.
Para uma comunicação correta, o guia conta com “informação sobre legislação nacional em vigor, específica para este tema, bem como um conjunto de boas práticas adicionais, alinhadas com as recomendações da OMS, nomeadamente, com o Código Internacional do Marketing dos Substitutos do Leite Materno”.
Boas e más práticas
Em prol de um ambiente digital próspero, pretende-se garantir que os conteúdos “estão de acordo com os princípios da promoção de uma alimentação saudável, mas também cumpram as normas legais, assegurando uma comunicação responsável e alinhada com a legislação portuguesa”.
Para ajudar os criadores de conteúdo, o documento conta um glossário explicativo de conceitos como alegação nutricional, colocação de produto, relação comercial ou fórmulas de transição, mas é pela apresentação das boas e das más práticas comunicacionais que se destaca e aprofunda.
Todas as fórmulas para crianças com alergia ao leite de vaca passam a ser comparticipadas
A título de exemplo, não é permitida a publicidade a fórmulas para lactantes ou fórmulas para fins medicinais específicos e a sua comunicação “deve restringir-se a publicações especializadas em cuidados infantis e publicações científicas e deve conter apenas informações de caráter científico e factual, não devendo pressupor, nem fazer crer, que a alimentação por biberão é equivalente ou superior à amamentação”.
De igual forma, a publicidade de fórmulas de transição não “deve induzir em erro nem atribuir a esses alimentos propriedades de prevenção, tratamento ou cura de doenças humanas, nem sugerir tais propriedades”. A sua comercialização sem uma publicidade adequada é considerada “uma contraordenação económica grave”.
Aceda ao Guia para Influenciadores Digitais e Anunciantes aqui.